Artigo

CONTROLE DE QUALIDADE DE CERA DE ABELHA BRUTA EM UMA CENTRAL DE ALVEOLAÇÃO

Bastos, E. M. A. F1; São-Thiago, P.S.1; Santana, R.M.S.1; Magalhães, M. S 2;
1 - Lab. Recursos Vegetais e Opoterápicos, DCF, Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Minas Gerais.
2 -Mestrando em Ecologia de Biomas Tropicais, Universidade Federal de Ouro Preto. embastos@funed.mg.gov.br

Introdução:

A cera de abelha (Apis mellifera L.) é um importante produto da colméia, produzida a partir de glândulas cerígenas, é usada na construção de favos que servirão como depósito de alimento e desenvolvimento da prole. Atualmente, a cera é amplamente utilizada na indústria, na farmácia, na medicina e na fabricação de diversos tipos de cosméticos. Este produto apícola é de grande valor, mas para que possa ser reutilizada pelas abelhas na forma de cera alveolada e para competir no mercado mundial a cera deverá apresentar alta qualidade, fato que pode ser comprometido pela presença de produtos contaminantes ou aditivos intencionais.

MATERIAL E MÉTODOS

Com o objetivo de avaliar a qualidade da cera utilizada por uma indústria, foram analisadas 10 amostras de cera no período de outubro/2007 a abril/ 2008 e determinados: índice de acidez, índice de ésteres e adulterações, segundo (AOAC, 1992, 1995; FAO, 1985; Brasil, MA, 1952,1981).

RESULTADOS

As amostras avaliadas apresentaram coloração variando de branca amarelada a parda (Figura 1).

Entre as amostras avaliadas, 40% destas apresentaram índice de acidez variando de 7,66- 10,52 mg KOH/g, índice de ésteres de 31,7 - 36,5% (Tabela 1) e teste positivo para aditivos intencionais parafina e carnaúba (Figura 2, 3 ).


Índices de acidez e ésteres obtidos em 40% das amostras avaliadas (N= 10).

Amostras de cera bruta obtida através de troca com os apicultores

Teste realizado para determinacão de parafina, tomando como padrão cera de opérculo.

Adulteração múltipla parafina e carnaúba 089, 091, cera pura 090.


As demais amostras avaliadas, os índicez de acidez variaram de 18,18- 20,10 mg KOH/g e índice de ésteres de 73,1- 79 % , índices estes aceitáveis pela legislação vigente.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos confirmam a necessidade da implantação de análises laboratoriais da cera obtida pela indústria, para detecção de fraudes diversos e garantia de qualidade da cera industrializada.

Os índices de acidez e ésteres apresentam grande variação e indicam a necessidade de capacitar os apicultores no manejo e armazenamento correto da cera, como medida de valorização do produto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists. Arlington, , 1992.

- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists, 16 th Edition, cap. 4.1.03, 1995.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria 001, de 07 de outubro de 1981. Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem Animal e seus Ingredientes: Métodos Físico-Químicos, Cap. 2, p. 3, met. 3, 1981.

- BRASIL. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Decreto n0 30.691, de 29 de março de 1952.

- FAO/OMS. Organización de las Naciones unidas para la Agricultura y la Alimentacíon. Codex Alimentarius, CAC/vol. A, 1985.

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