Editorial
BAIXANDO A POEIRA
Inegavelmente os últimos três anos foram de grande euforia para a Apicultura Brasileira.
Após o acidente com o mel chinês e a desvalorização do Real em relação ao Dólar, o Brasil se viu invadido pelos importadores de mel de todo o mundo, pois precisavam do mel para cumprir seus compromissos, o que fez com que o mel brasileiro atingisse preços exageradamente altos e logicamente irreais.
Como conseqüência daquele fato a apicultura conseguiu se projetar, chamando a atenção dos Órgãos Públicos, Universidades, Entidades de Apoio, Bancos e do público interessado em desenvolver a atividade apícola.
Decorridos três anos, como era de se esperar, o mel chinês retorna lentamente ao mercado mundial, mas já é o suficiente para começar a estabilizar o preço do mel no mercado internacional e, em conseqüência, baixar o preço do mel no mercado interno.
Qual a lição que se tirou?
1)- A de que o mel brasileiro é apreciado mundialmente e que basta ter o produto para prosseguir nas exportações;
2)- A de que o caminho para continuarmos competitivos no mercado internacional é o aumento da produtividade das nossas colméias e depois o aumento das colméias instaladas.
3)- A de que não devemos abandonar o mercado interno em detrimento de preços que momentaneamente são melhores no mercado internacional e, como estamos vendo, oscilam rapidamente.
Os reflexos daquela euforia ainda se fazem sentir com a indústria apícola trabalhando a todo o vapor e a promoção de encontros de apicultores e cursos em todo o território nacional.
A grande preocupação é se o apicultor está se preparando tecnicamente para aumentar a produtividade das suas colméias ou se ele esta esperando que Deus o ajude.
Afinal aquela euforia já está baixando a poeira.