Comentário
 

AETHINA TUMIDA

 

Texto: Apicultor Carlos Augusto Priedols

        Em palestra proferida no XIV CONBRAPI 2002, o professor Dr. Lionel Segui Gonçalves, entre os vários assuntos tratados, fez referência ao besouro “Aethina Tumida” que está causando prejuízos aos apicultores americanos na Flórida.

Informa o ilustre mestre, não haver notícias da presença dessa praga no Brasil, e alerta os apicultores brasileiros para estarem atentos e comunicar às autoridades sanitárias, tão logo constatem o aparecimento do besouro em suas colméias.

Alguns pormenores sobre o besouro malandro foram publicados na revista “Mundo Estranho” – Editora Abril - número 5, julho de 2002, pelo articulista Yuri Vasconcelos, ilustrando seu trabalho com magnífica fotografia.

Segundo o autor, o besouro seria originário da África do Sul e não se sabe como teria chegado aos Estados Unidos em 1998. Ele invade a colméia onde come o mel e o pólen armazenado pelas abelhas e ainda faz a postura de seus ovos. Sua carapaça é uma autêntica blindagem natural, de modo que o ferrão das abelhas torna-se ineficaz na defesa da colônia.

O pesquisador Randall Heplurn da Universidade Rhodes, na África do Sul, descobriu que as abelhas não conseguindo matar o invasor com os ferrões tentam matá-lo de fome, porém sem sucesso.

Para defender a colônia, as abelhas constroem uma câmara feita de “seiva de plantas” (seria própolis?), aprisionando o besouro e mantendo abelhas de guarda em torno do encarcerado. Ainda assim, sobrevive; tendo adquirido o cheiro da colônia, quando sente fome acaricia as sentinelas com suas antenas e estas lhe fornecem mel.

Outro pesquisador, Peter Newmann (Revista New Scientist) informa que as abelhas da África do Sul levam até quatro dias para enjaular o besouro, cujo tamanho adulto corresponde à metade de uma operária. Observou ainda que as abelhas de origem européia, incluindo as norte-americanas, não usam a estratégia do enjaulamento, portanto quando suas colméias são invadidas ficam expostas ao perecimento.