Comentário
 

APICULTURA NO MATO GROSSO DO SUL

HISTÓRICO

    A apicultura no Estado do Mato Grosso do Sul começou a se desenvolver no início da década de 1980 com a criação da ASA – Associação Sulmatogrossense de Apicultores e a implantação do Programa de Desenvolvimento e Incentivo da Apicultura.

    O Programa, elaborado pela EMPAER – Empresa de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, atual EDATERRA, que tinha como objetivo incentivar a atividade apícola no estado, com prioridade nas regiões de cerrado onde predominavam as maiores reservas florestais com abundante pasto apícola.

    Com a realização de treinamentos para os técnicos responsáveis pela assistência aos apicultores em 30 municípios selecionados e a instalação de apiários demonstrativos, a atividade apícola teve o desenvolvimento incentivado no estado.

    O desenvolvimento das ações propostas pelo Programa de Incentivo à Apicultura despertou o interesse e a adesão de grande número de produtores, proporcionando um rápido crescimento da apicultura e possibilitando a criação de novas associações de apicultores em várias regiões do estado. A realização permanente de cursos básicos de apicultura ministrados pelo SENAR-MS, UFMS, SEBRAE-MS e Associações de apicultores tem sido grande incentivo para a expansão da apicultura com as qualidades técnicas desejáveis.

    O Estado de Mato Grosso do Sul tem mais de 1000 apicultores, com 15.000 colméias e uma produção estimada em 250 toneladas de mel/ano. Em torno de 98% são pequenos apicultores com exploração fixa e com média de produção de 15kg/colméia/ano. Os apicultores com boas técnicas de manejo conseguem produzir de 30 a 50kg de mel/colméia/ano.

    As grandes floradas ocorrem na primavera como: Cipó-úva; Sucupira preta; Faveiro; Camboatá; Capitão; Peito de pomba; Angico; Maria preta; Pimenta de macaco; Cana de Pito; Fava de anta e outras espécies de vegetação rasteira com valor apícola, possibilitando de duas a quatro colheitas de mel de agosto a dezembro.

    A apicultura migratória é explorada por poucos apicultores que exploram os reflorestamentos com Eucalipto e floradas silvestres, com produção média de 80 Kg/colmeia /ano.

ASSOCIATIVISMO

    Existem atualmente 10 associações de apicultores nos municípios de Campo Grande; Corumbá; Aquidauana; Nioaque; Rio Brilhante; Dourados; Antonio João; Amambaí; Angélica e Nova Andradina, todas filiadas à FAAMS – Federação das Associações de Apicultores de Mato Grosso do Sul, com sede em Campo Grande. Novas associações estão sendo criadas em vários municípios, com maior demanda nos assentamentos de reforma agrária, onde a apicultura oferece nova fonte de renda familiar com a exploração das reservas naturais.

    A organização dos apicultores contou com a participação e o apoio do SEBRAE-MS em vários eventos, levantamentos, diagnósticos e ações que contribuíram para o crescimento da apicultura sulmatogrossense.

    As dificuldades na aquisição dos insumos e na comercialização da produção despertaram o interesse dos apicultores em se organizarem em cooperativa.

    A FAAMS propôs a criação de uma cooperativa estadual de apicultores. Foram realizados sete cursos básicos de cooperativismo pelo SENAR-MS, para 94 participantes dos quais foram selecionados 28 apicultores que serão os sócios fundadores da cooperativa para os quais foi ministrado um curso de dirigente em cooperativa. A próxima etapa será a criação da cooperativa estadual de apicultores de Mato Grosso do Sul.

PROJETOS

    Com o objetivo de apontar soluções e alternativas para o desenvolvimento da apicultura sulmatogrossense a FAAMS elaborou a apresentou  ao Governo do Estado do Mato Grosso do Sul os seguintes projetos:

1. Projeto de Fomento à Apicultura

    Este projeto tem como objetivo estruturar as Associações de Apicultores com a criação de nove Casas do Mel e introduzir 3.000 colméias para 300 famílias de pequenos agricultores do estado, utilizando recursos do FAT – Fundo de Assistência ao Trabalhador do Ministério do Trabalho. O projeto foi estudado e elaborado pela EMPAER com o nome de Programa de Geração de Emprego, Renda e Qualificação Profissional e aguarda aprovação pelo Governo do Estado para ser implantado.

2. Projeto de Avaliação do Potencial Apícola do Pantanal de Mato Grosso do Sul.

    O projeto visa identificar o potencial para exploração da apicultura, o pato apícola da região e o comportamento das abelhas para que se possa desenvolver a apicultura no Pantanal, que ocupa um terço do território sulmatogrossense com abundante e rica florada natural.

    O projeto será desenvolvido nas bacias dos rios Taquari, Negro e Aquidauana com nove apiários de pesquisa instalados na periferia, no médio e no baixo pantanal. A apicultura será a grande alternativa econômica e de preservação para o pantanal. Resta-nos buscar informações e conhecimentos que permitam incentivá-la na região.

3. Projeto Introdução da Apicultura nos Assentamentos de Reforma Agrária.

    O projeto tem como objetivo utilizar as reservas naturais dos assentamentos com a exploração da apicultura pelas famílias assentadas e aumentar a produção agrícola através da polinização.

    Os apicultores do Estado de Mato Grosso do Sul, representados pela FAAMS, aguardam a aprovação dos projetos propostos para alavancar a atividade apícola, que apesar do grande potencial existente, ainda carece de apoio do governo do Estado.

Potencial Apícola

    O Estado de Mato Grosso do Sul possui um bom potencial para a exploração apícola, tanto nas regiões de matas, ao sul, nas regiões de cerrado e no pantanal.  Além da rica flora natural constituída pelas reservas permanentes, a agricultura, as florestas de Eucalipto completam o pasto apícola possibilitando a exploração migratória.

    O Pantanal sulmatogrossense com uma cobertura natural de abundante e rica flora constitui o maior potencial apícola do estado. A existência de abelhas nativas em grande quantidade em toda a região pantaneira, que mesmo alojadas em forma de cachopas, nos galhos das árvores, têm abundante produção de mel, mostrando que a região é de grande potencial para a apicultura.

    Além das condições favoráveis para produzir em grande quantidade, o mel do Pantanal, oriundo de várias floradas, pode ser considerado mel orgânico, devido às condições naturais da região. A Falta de conhecimento sobre o pasto apícola, técnicas de manejo das colméias e o comportamento das abelhas africanizadas na região constituem grandes limitações para o desenvolvimento da apicultura no Pantanal.
 
 


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