REGULAMENTOS TÉCNICOS PARA
FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRÓPOLIS
1 ALCANCE:
1.1 OBJETIVO: Estabelecer a identidade e os requisitos mínimos de qualidade a que deve atender a Própolis.
1.2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO: O presente Regulamento refere-se à Própolis destinada ao comércio nacional ou internacional.
2 DESCRIÇÃO:
2.1 Definição: Entende-se por Própolis o produto oriundo de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas, coletadas pelas abelhas, de brotos, flores e exudatos de plantas. As abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para a elaboração final da Própolis.
2.2 Classificação Quanto ao teor de flavonóides a Própolis será classificada em:
2.2.1 Baixo teor: até 1,0 % (m/m)
2.2.2 Médio teor: > 1,0 2,0 % (m/m)
2.2.3 Alto teor: > 2,0 % (m/m)
2.3 Designação (denominação de venda): Própolis
3 REFERÊNCIAS:
3.1 AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists.Arlington, AOAC
3.2 Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz
3.3 I.C.M.S.F.
3.4 Codex Alimentarius CAC/VOL A 1985
4 COMPOSIÇÕES E REQUISITOS:
4.1 Composição: A Própolis compõe-se de resinas e produtos balsâmicos, cera, óleos essenciais, pólen e micro elementos.
4.2 Requisitos:
4.2.1 Características Sensoriais:
- Aroma: característico (balsâmico e resinoso) dependendo da origem botânica.
- Cor: amarelada, parda, esverdeada, marrom e outras, variando conforme a origem botânica.
- Sabor: de suave balsâmico a forte e picante, dependendo da origem botânica.
- Consistência (à temperatura ambiente): maleável e rígida, dependendo da origem botânica.
- Granulometria: heterogênea.
4.2.2 Requisitos físico-químicos:
- Umidade: máximo de 8%
- Cinzas: máximo de 5%
- Ceras: máximo de 25 %
- Massa mecânica: máximo de 40%
- Compostos fenólicos: mínimo de 5% (m/m)
- Solúveis em etanol: mínimo de 35% (m/m)
- Flavonóides: mínimo de 0,5 % (m/m)
- Índice de oxidação: máximo de 22 segundos
5 ADITIVOS
Proibe-se expressamente a utilização de qualquer tipo de aditivos.
6 CONTAMINANTES
Os contaminantes orgânicos e inorgânicos não devem estar presentes em quantidades superiores ao limites estabelecidos pelo Regulamento específico.
7 HIGIENE
7.1 Considerações gerais
8 - CONTROLE DE QUALIDADE
Análise Organoléptica:
- Aspecto e cor: Pó ou pedaços heterogêneos de diferentes tamanhos, isento de misturas mecânicas contaminantes ( partes de abelhas, folhas, terra, etc), com coloração verde escura, avermelhada, marrom ou preta.
- Aroma e sabor: O aroma pode ser característico, resinoso ou aromático e sabor geralmente forte e amargo ou picante (SP e MG).
- Consistência: Maleável e ligeiramente rígida em temperaturas entre 20 e 40ºC e rígida em temperatura abaixo de 20ºC.
Análise Físico-Química:
Preparação da amostra: Coloque em almofariz de porcelana ou em moinho especial cerca de 25g da amostra e reduza a pó ou grânulos finos. Reserve (pó).
Avaliação da amostra:
Umidade: Partindo de 2g da amostra pulverizada, proceda conforme Farmacopéia Brasileira, 4ª edição, 1988, V.2.9.
Determinação de Cinzas: Partindo de 2 g da amostra pulverizada, proceda conforme Farmacopéia Brasileira, 4ª edição, 1988, V.2.10.
Massa Mecânica: Em um cartucho de celulose para Soxhlet, pese cerca de 3,5g (P1) da amostra pulverizada, proteja o material pesado com um chumaço de algodão e transfira o cartucho para o extrator Soxhlet. Proceda a extração por 4-6 horas, utilizando 90 ml de etanol a 96% em balão de fundo chato de 250 ml e controle a temperatura para que se obtenha 8 a 12 ciclos por hora.
Transfira o extrato ainda quente para um bequer de 250 ml, lave o balão com duas porções de 5 ml de etanol 96% à quente e junte-as no bequer (reserve).Seque o cartucho em estufa a 105ºC, por 2 horas.
Remova o resíduo para um vidro de relógio e pese-o (P2).
Cálculo:P2 x 100
% MM = ------------
P1
Onde: P1 = peso inicial da amostra (g) P2 = peso do resíduo do cartucho (g)Cera (substância gordurosa): Refrigere em freezer por 1 noite o extrato obtido em extrator Soxhlet e filtre- o, a frio, por papel de filtro nº 3, seco a 50ºC e tarado, recolhendo o filtrado em balão volumétrico de 100 ml. Lave o bequer e o papel de filtro com 3 porções de 5 ml de etanol 96% gelado e complete o volume. Reserve(extrato). Deixe secar o papel de filtro, à temperatura ambiente, por uma noite. Em seguida, submeta-o à secagem em estufa a 50ºC, por 10 minutos. Deixe esfriar em dessecador, por 10 minutos e pese-o (P4).
Cálculo:(P4 P3) x 100
% Cera = -------------------
P1Onde: P1 = peso inicial da amostra (g)
P3 = peso do papel (g)
P4 = peso do papel + cera (g)
Determinação de solúveis em etanol: Em vidro de relógio, previamente seco e tarado (P5), pese rapidamente cerca de 3,0 g do extrato (P6), com o auxílio de uma pipeta. Seque em estufa à temperatura de 100 a 105ºC, por 60 minutos. Transfira-o para o dessecador e deixe esfriar por 15 minutos e pese (P7). Retorne o vidro de relógio para a estufa por mais 15 minutos. Repita as operações até peso constante (P7).
Cálculo:
(P7 P5) x 1000 x d
mg/ml = -------------------------
(P6 P5)Onde: P7 = cápsula + resíduo (g)
P6 = cápsula + amostra inicial (g)
d = densidade
a x 10
% m/m = ---------
P1Onde: a = mg/ml
P1 = peso inicial da amostra (g)
Propriedade AntioxidanteEm um bequer de 100 ml, pipete 2 ml do extrato e adicione 48 ml de água destilada e agite com bastão de vidro. Em um tubo de ensaio de 15 ml, previamente lavado com solução sulfocrônica e seco, pipete 0,5 ml do diluído, 0,5 ml de água destilada, l ml de ácido sulfúrico 20%, misture bem e resfrie em banho de gelo a 18ºC-20ºC. Em seguida, com auxílio de uma micropipeta, acrescente 50 ml de KMnO4 0,1 N e ligue o cronômetro, observando o desaparecimento da cor vermelha contra um fundo branco. Anote o tempo decorrido. Faça o teste em duplicata. Anote o valor médio encontrado, desprezando a fração quando houver.
Identificação dos Grupos Fenólicos (Acetato de Chumbo a 10 %)
Pipete 2,5 ml do extrato para uma proveta graduada de 10 ml e adicione 7,0 ml de etanol 96% e 0,5 ml de acetato de chumbo a 10%. Agite bem e deixe em repouso por 24 horas. Observe o precipitado formado.
Identificação dos grupos flavonóides por espectro de absorção no UV:
Dilua extrato na proporção 1:1000, com etanol 96%.
Encha uma cubeta de quartzo de 10 mm com o extrato diluído e proceda à determinação do espectro de absorção com espectrofotômetro UV. O extrato deverá apresentar um ou mais picos 250 mm a 350 mm.
Flavonóides Totais:
Padrão: prepare um padrão de quercetina 0,2 mg/ml em metanol e pipete 1 ml deste padrão para balão volumétrico de 25 ml, acrescente 15 ml de metanol e 0.5 ml de AICI3 5% p/v em metanol e complete o volume com metanol. Agite e deixe repousar sob abrigo da luz por 30 minutos.
Amostra: Em balões volumétricos de 25 ml, identificados com A e B, pipete respectivamente 0,3 e 0,4 ml (V) do extrato, acrescente 15 ml de metanol p.a. Agite e deixe repousar, sob abrigo da luz, por 30 minutos. Faça a leitura das amostras e padrão em espectrofotômetro em 425 mm, usando metanol p.a. como branco.
Cálculo:
AA x mp
mg/ml = ---------------
AP x VOnde: AA = absorbância da amostra
AP = absorbância do padrão
V = volume da amostra (ml)
mp = massa do padrão em mg (0,2)
mg/ml x 100
mg/g = ----------------
P1Onde: P1 = peso inicial da amostra (g)
% m/m = mg/g