A Jataí da Terra (Paratrigona subnuda) - Somente com atenta observação ou até mesmo com certa
intuição é possível localizar uma família de Jataí da Terra, a sua entrada muito bem disfarçada
entre os componentes da relva, um bom exemplo de mimetismo. |
A Mirim-guaçu (Plebeia remota) - As abelhas Plebeia remota, paradas, inertes, congeladas no
espaço tempo, esperando condições favoráveis para retornar as suas atividades, é a dipausa. |
A Jataí (Tetragonisca angustula) - Abelha Jataí, Jatí, Polaca, Yabi, Alemãzinha e outros nomes
a mais a Tetragonista angustula ocupa um enorme espaço na América do Sul e Central, bem
adaptada as matas rarefeitas pela ação antropológica. No seu amplo espaço se acomoda a lugares
inimagináveis; na fotografia, a 1000m. de altitude, na fenda de tijolos, 3 entradas guarnecidas
por um esquadrão de guardas. O ninho alojado no interior da fenda é protegido por numerosos
envoltórios, os isolantes térmicos. |
É Impossível de deixar de contemplar de perto a beleza do conjunto de 4 cabeças das abelhas
de guarda, verdadeiras joias ornamentais, fecham o espaço da entrada e ao mesmo tempo de
olhos atentos ao que acontece no mundo exterior. A mãe natureza realmente caprichou nessa
abelha brasileira. |
Município de Piraquara (Recreio da Serra), a mil metros de altitude onde a mata dos Pinhais se mistura com a Mata Atlântica (um ecotene), temperatura média de 3º graus centígrados abaixo da capital mais fria do País, três abelhas nativas vivem em estado selvagem, muito ´próximos uma das outras, mas com estratégias diferentes de sobrevivência.
Uma é a Jataí da Terra (Paratrigona subnuda), difícil de ser localizada, sua presença só é revelada por uma discreta abertura bem disfarçada na relva e da qual emergem 4 cabeças de operarias belamente ornamentadas que observam atentamente o meio exterior. Essa pequena abertura assim protegida comunica-se por um longo canal ao ninho subterrâneo. A abaixo do solo, a espécie está protegida confortavelmente do rigoroso inverno que muitas vezes deixa a relva esbranquiçada por muitas horas.
A outra Jataí (Tetragonisca angustula) a nossa velha conhecida, habita desde o norte da Argentina até o México, muito bem adaptada as proximidades do Homem. O seu "espaço" é enorme como nenhuma outra abelha nativa, vive em regiões quentes mas também aqui a mil metros de altitude, com poucas horas por dia para explorar seu pasto apícola.
O seu segredo está nos numerosos envoltórios do ninho onde as futuras gerações estão incubando e onde as abelhas adultas buscam refúgio nos momentos difíceis.
A estratégia é revelada no material da construção dos envoltórios, o cerume, uma mistura de cera e própolis (batume), e nas múltiplas camadas de envoltório, entre as quais o ar aprisionado funciona como isolante térmico. As abelhas nativas como a Jataí deveriam ter o direito a patente do isopor, pois inventaram o mesmo princípio a milhões de anos antes do Homem com a vantagem de ser biodegradável.
Na mesma região uma terceira via de sobrevivência ao frio é representada pela Mirim-guaçu (Plebeia remota), no frio parada total de postura, abelhas paradas, inertes parecendo mortas, taxa de metabolismo funcionando ao mínimo e desta forma aguardam condições melhores, é a diapausa.