APACAME - Mensagem Doce 127

Dos 13 tipos descritos e catalogados de própolis brasileira, a própolis vermelha é a mais recente. Foram identificadas seis novas substâncias com propriedades farmacológicas relacionadas a potenciais antitumorais, analgésicos e antimicrobianos, apontando como diferencial na composição desta própolis a presença da planta Dalbergia ecastophyllum (L) Taub., da família Leguminosae, conhecida popularmente como rabo de bugio, rabo de macaco, marmelo do mangue, marmeleiro da praia, moeda de videira, entre outros. A Dalbergia ecastophyllum (L) Taub também possui diversos constituintes químicos, acesse o link e confira: [https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/94940/291613.pdf?sequence=1]

Cadeia produtiva da própolis vermelha em dados de produção

Alagoas

60 produtores familiares compõem a União dos Produtores de Própolis Vermelha (Uniprópolis). Em 2012 o grupo comercializou 739,8 kg do produto e atualmente produz mensalmente 100 kg. O estado possui o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) para o desenvolvimento da atividade.

Bahia

A atividade cresce de forma organizada através de associações e cooperativas. Por ser uma atividade nova no sul da Bahia, existe uma carência muito grande de informações técnicas, principalmente no que se refere à origem botânica e às propriedades químicas deste tipo de própolis. Porém, com iniciativas como do Desenvolvimento Agrícola (EBDA), 21 produtores foram treinados para a coleta de própolis vermelha com produção estimada em torno de 20 kg/mês em seis municípios do litoral sul baiano.

Fonte: Pesquisador do Centro de Pesquisa da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Ediney de Oliveira Magalhães. Produção de própolis vermelha

Paraíba

O gerente da Unidade de Inovação Tecnológica do SEBRAE-PB afirma que 370 apicultores estão capacitados e envolvidos na produção de mel e própolis vermelha no litoral paraibano através do Programa Viva o Mangue Vivo, porém, não há dados do volume de produção da própolis vermelha no estado.

Rio Grande do Norte

Desde 2011, o Sebrae apoia os apicultores do Rio Grande do Norte na produção de própolis vermelha, porém, também não há dados sobre produção.

Santa Catarina

Em entrevista ao Sistema de Inteligência Setorial (SIS-Sebrae/SC), o presidente da Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC), Nésio Fernandes de Medeiros, disse que o estado ainda não é um grande produtor de própolis vermelha. A praia do Pontal, em Palhoça, é a única região que se tem informação dessa possível produção.

Potencial de produção da própolis vermelha

O mercado da própolis vermelha

Além das propriedades medicinais reconhecidas e utilizadas, principalmente pela indústria farmacêutica, a própolis vermelha possui uma agregação de valor diferenciada em relação à própolis verde, tipo mais comum. O quilo do produto pode ser comercializado a R$ 450,00. A própolis vermelha também chama a atenção de compradores internacionais. Japoneses fazem visitas regulares aos produtores alagoanos levando o produto para pesquisas em usos medicinais. O mercado da China também está demonstrando interesse no produto.

Fonte: NE10. Própolis vermelha de Alagoas atrai atenção do mercado chinês (2011)

Suas aplicações

Possui largas possibilidades de aplicação em xaropes à base de própolis para a utilização farmacêutica e cosmética como o xampu de própolis vermelha, que pode ser utilizado para combater a caspa, uma vez que a substância combate os fungos responsáveis pelo surgimento da caspa e da queda de cabelo.

Certificação e a importância de conhecer a origem da própolis

A partir de 2012, a Uniprópolis recebeu do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o Selo de Indicação Geográfica da Própolis Vermelha de Alagoas (IG-PVA) na modalidade Denominação de Origem (DO). Isso indica que a própolis vermelha de Alagoas possui características exclusivas proporcionadas pelo meio ambiente em que é produzida, levando em consideração as características climáticas e ambientais dos manguezais de Alagoas e a forma de produção praticada pelos apicultores.

Imagem: Fac-simile da carta de outorga da IG-PVA, emitida em 2012 pelo INPI

Fonte: ALTEC - XV Congresso Latino-Iberoamericano de Gestão de Tecnologia (2013)

Oferta do produto e a grande demanda do mercado

Apesar de comprar a própolis da Bahia, Alagoas, Pernambuco e da Paraíba, José Alexandre de Abreu, o proprietário da empresa Farmanéctar, de Minas Gerais, diz haver deficiência de produção. A empresa adquire mensalmente uma média de 100 quilos de própolis vermelha para produzir materiais cosméticos e medicamentos oncológicos, com utilidade no auxílio ao tratamento de câncer. São xaropes, pomadas e cápsulas com finalidade terapêutica e antiinflamatória.

Veja a publicação

"O mercado da própolis", publicado pelo Sebrae em boletim de agronegócio, contendo o panorama da produção e destacando o interesse internacional pela própolis brasileira como potencial para um novo nicho de mercado.

[http://www.sebrae2014.com.br/Sebrae/Sebrae%202014/2013_09_20_BO_Agosto_Agronegocio_Propolis2.pdf]

AÇÕES RECOMENDADAS

Avalie o potencial propolífero da região que pretende produzir conhecendo as plantas que secretam resinas e se são de valor comercial à produção de própolis;

Reúna produtores interessados em produzir própolis para capacitação neste sistema produtivo através de cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri);

Forme grupos de produtores em associações ou cooperativas para organização da cadeia produtiva facilitando acesso a tecnologias e mercados;

Busque parcerias com universidades através do Sebrae, a exemplo dos produtores alagoanos da Uniprópolis que obtiveram o Selo de IG-PVA e promoveram abertura de novo mercado para a própolis vermelha de Alagoas.

Manguezais em Santa Catarina

14,3 % dos manguezais ocorrem na costa da ilha de Santa Catarina

9,4% é o equivalente em ocupação dos manguezais nos 431 km² da ilha

8% principais manguezais no estado e 5 deles localizados na ilha de Santa Catarina

Manguezal do Rio Ratones;
Manguezal do Saco Grande;
Manguezal do Itacorubi;
Manguezal do Rio Tavares;
Manguezal da Tapera (Costeira do Pirajubae);
Manguezal da Palhoça;
Manguezal do Aririú-Cubatão;
Manguezal do Massiambu.

Fonte: Paulo Douglas, diretor executivo do Instituto Mangue Vivo, em entrevista ao SIS-Sebrae/SC

Artigo

Própolis vermelha Como um novo nicho de mercado