Polinização

Comparação da Utilização de Colméias de Abelhas Melíferas (Apis Mellifera) para a Polinização em Cultivos de Melão (Cucumis Melo) nas Regiões de Mossoró (RN) e Salitre (BA)

Ribeiro, M. de F.1; Silva, E. M. S. da2; Lima, C. B. S.1
1 EMBRAPA SEMIÁRIDO, BR 428, Km 152, zona rural, 56302-970, Petrolina, PE (marcia.ribeiro@cpatsa.embrapa.br)
2 UNIVASF, BR 407, Km 12, Lote 543, Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, s/n C1, 56300-990, Petrolina, PE

Resumo:

O melão é a oitava fruta mais produzida no mundo. No Brasil, um dos maiores pólos de produção é Mossoró (M), RN. Seu plantio tem crescido também no perímetro irrigado do Salitre (S), BA. Para a produção de frutos de alta qualidade utilizam-se colméias de abelhas melíferas para a polinização. Em M a maioria das propriedades é de grande porte (>200ha), enquanto que no S as áreas são menores (<20 ha). O objetivo deste trabalho foi verificar como o manejo de colméias é realizado pelos produtores nestas regiões. Um questionário foi aplicado entre produtores (três em M e quatro no S) em fevereiro de 2012. Algumas semelhanças foram encontradas, como a compra de colméias ao invés de seu aluguel, e desinteresse na extração de mel e pólen, além dos serviços de polinização. Por outro lado, algumas diferenças também foram constatadas. Em M um funcionário é responsável pelas colméias, enquanto que no S, a eventual assistência é fornecida por um apicultor. Quanto ao número de colméias, em M usa-se 4-7 colméias/ha e no S, 0,5/ha. Em M a pulverização é realizada na cultura com menos freqüência e no final do dia, enquanto que no S ela normalmente ocorre de manhã e pode ser intensa. Além disso, fora do período de floração, as colméias são removidas das proximidades da cultura e mantidas em outras áreas em M, enquanto que no S, elas permanecem próximas às áreas cultivadas. Finalmente, há uma grande diferença quanto às áreas de entorno das culturas. Em M, os plantios são cercados por mata nativa. Já no S, esta situação é rara, uma vez que os lotes são, geralmente, cercados por outros plantios e sem vegetação nativa. Dessa forma, a polinização em M é incrementada também pelas abelhas provenientes de ninhos naturais, o que não deve acontecer no S. Portanto, se não houver uma drástica alteração no manejo da paisagem no S, é possível que no futuro a cultura sofra um déficit na polinização, mesmo com o uso de polinizadores introduzidos.

Palavras-chave: Apicultura, Apis mellifera, polinização, melão.

Agradecimentos: à Marlos Alves Bezerra (Embrapa Agroindústria Tropical) e José Robson da Silva (EMPARN), pelo apoio em Mossoró, a Rubens Aguiar (Plena-Projetec) pelo auxílio com os produtores no Salitre; ao CNPq/FAO, pelo financiamento.

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