Pólen

Atividade Antioxidante do Pólen Apícola Desidratado Avaliada por Diferentes Métodos de Extração

Melo, AAM1*, Meira, DFS1, Sattler, JAG1, Almeida-Muradian, LB1*
1 Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP; *e-mail: adriane.melo@usp.br; ligiabi@usp.br

Resumo:

Compostos antioxidantes são substâncias que atuam na prevenção de doenças graves, como alguns tipos de câncer, doenças do coração e do sistema nervoso. Estudos apontam os compostos fenólicos como os principais responsáveis pela ação antioxidante do pólen apícola. Estes compostos são, em sua maioria, solúveis em água e solventes orgânicos polares, e na literatura é citada sua extração utilizando-se uma mistura de etanol e água. Porém, outros compostos antioxidantes, como as vitaminas A e E, também já foram observados no pólen apícola desidratado, e sabe-se que estas substâncias são solúveis em solventes orgânicos apolares. Uma vez que a polaridade influencia na extração dos compostos, substâncias de natureza apolar tendem a não serem extraídas em solventes orgânicos polares. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante de três amostras de pólen apícola desidratado, produzidas em dois apiários do Estado do Rio Grande do Sul, de setembro a outubro de 2011, utilizando-se dois métodos de extração: (1) etanol 70%; (2) extração em éter etílico seguida de álcool etílico e água destilada (extração sequencial). Os extratos foram diluídos à concentração de 1 mg/mL, determinados pelo método do DPPH e a atividade antioxidante expressa em percentual de descoloração desse radical. O potencial antioxidante das amostras A, B e C foi de: 61,82%, 89,53% e 89,57% (extração pelo método 1); e de 8,51%, 11, 24% e 12,67% no extrato etéreo; 51,25%, 72,42% e 67,74% no extrato alcoólico e 14,15%, 17,81% e 16,18% no extrato aquoso (extração pelo método 2). Em uma comparação entre solventes, o etanol 70% apresentou os maiores potenciais e, consequentemente, foi o melhor extrator para os compostos antioxidantes (p<0,05). Conclui-se que o atual método de extração (etanol 70%) foi o mais eficiente enquanto solvente isolado, mas que outros métodos podem ser mais eficientes e devem ser avaliados na tentativa de se definir uma metodologia que não subestime o potencial antioxidante total do pólen apícola desidratado. Duas amostras apresentam potencial próximo a padrões antioxidantes, como BHA (96,7%) e -tocoferol (96,6%) a 90 µg/mL, o que pode indicar um elevado potencial antioxidante do pólen apícola coletado nesta região, nesta época do ano.

Agradecimentos: À FAPESP pelo auxílio financeiro à pesquisa e pela bolsa de Doutorado concedida a Adriane Alexandre Machado de Melo. Ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica concedida a Davi Figueiredo Sampaio Meira e bolsa de Produtividade em Pesquisa concedida a Ligia Bicudo de Almeida Muradian. À CAPES pela bolsa de Mestrado concedida a José Augusto Gasparotto Sattler.

As opiniões, hipóteses e conclusões ou recomendações expressas neste material são de responsabilidade dos autores e não necessariamente refletem a visão da FAPESP.

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