Polinização

Diversidade e Abundância Relativa de Visitantes Florais em Lavouras de Canola, em Guarani das Missões, RS.

MULLER, HL1; WITTER, S1; TIRELLI, F1; LISBOA, BB1; BREMM, C1; BLOCHTEIN, B.2
1 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Porto Alegre, RS
2 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

Resumo:

A canola (Brassica napus L.) é uma cultura em potencial crescimento na região sul do Brasil. A planta, apesar de autocompatível, tem sua produtividade intensificada quando há polinização entomófila. Apis mellifera, mundialmente utilizada para polinização, é o principal polinizador da cultura. Este trabalho teve por objetivo verificar a diversidade e abundância relativa dos visitantes florais de canola. Para isso, foram realizadas coletas em lavouras no município de Guarani das Missões (28º08'27"S e 54º33'29"W), situado na região noroeste do estado, planalto meridional. Segundo a classificação de Köppen, a região possui clima temperado úmido com verão quente, representado pelo código Cfa. A captura de insetos foi realizada com rede entomológica seguindo o protocolo da FAO. De setembro a outubro de 2011, período de floração da canola, foram realizadas três avaliações (cada uma em três horários fixos - 10h, 13h e 16h), em oito lavouras. Os insetos coletados foram acondicionados em frascos mortíferos com acetato de etila e, já no laboratório, montados com alfinete entomológico e etiquetados. Após a identificação dos visitantes florais, obteve-se o valor de 79,40a% de ocorrência de A. mellifera, seguido de 10,89b% de Coleoptera, 5,92b% de Diptera, apenas 2,22bc% de abelhas nativas, 0,80cd% de Lepidoptera, 0,64cd% de Hymenoptera, 0,1d% de insetos não identificados e 0,03d% de Hemiptera. A canola é uma cultura hibernal florescendo, portanto, no período de inverno. Nessa época, há pouca disponibilidade de recursos para os insetos, especialmente para abelhas, que vivem quase que exclusivamente de recursos florais para alimentação, sendo as flores de canola uma importante fonte de alimento. A maior abundância de A. mellifera em relação a espécies nativas (P<0,05) pode ser justificada pela organização da espécie em colônias muito populosas, pela prática da apicultura na região, bem como pela atratividade das flores amarelas da cultura. A baixa ocorrência de abelhas nativas pode estar relacionada à paisagem de entorno das lavouras. Estudos mostram que a abundância e diversidade de polinizadores podem variar de acordo com o contexto da paisagem onde as lavouras estão inseridas. As populações de abelhas nativas são maiores próximas a áreas naturais ou em locais com elevada cobertura de habitats naturais.

Agradecimentos: CNPq - FAO - FUNBIO (Apoio financeiro) e a empresa Giovelli Ltda

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