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Avaliação da Toxicidade de Inseticidas em Scaptotrigona aff. depilis (MOURE, 1942) (APIDAE: MELIPONINI)

Rosa, AS1 & Imperatriz-Fonseca, VL1
1 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP, annesouzar@gmail.com; vlifonse@ib.usp.br.

Resumo:

A utilização de agrotóxicos é uma prática comum entre culturas agrícolas, contudo, seu uso irracional pode ter ações deletérias sobre insetos benéficos, os quais incluem abelhas sem ferrão, que podem ser afetadas pelo contato com áreas que utilizam inseticidas através de seu forrageio. O estudo objetivou avaliar a toxicidade de dois inseticidas em Scaptotrigona aff. depilis em diferentes concentrações. Os experimentos foram conduzidos na Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto), entre 09 a 12/08/2011. Os inseticidas testados são amplamente utilizados nas adjacências do campus: Perfekthion, nas concentrações P1=0,2ml de inseticida/200ml de água (dose letal) e P2=0,1ml/200ml (dose sub letal) e Termitox, nas concentrações T1=0,5ml/200ml (dose letal) e T2=0,25ml/200ml (dose sub letal). As abelhas foram coletadas com rede entomológica quando retornavam às colônias. A fim de simular o comportamento natural de uma abelha em contato com partes da planta atingida por inseticidas, as abelhas caminharam sobre papel filtro previamente embebido e em seguida seco nas concentrações (n=4 repetições). Para o tratamento controle (C) o papel filtro foi submerso em água destilada. Após secos, os papéis foram colocados dentro de placas de Petri com 5 abelhas em cada uma, juntamente com um pedaço de algodão contendo água e açúcar. As placas foram mantidas em estufa BOD a 28°C e monitoradas diariamente. O inseticida mais tóxico foi o Perfekthion, onde P1 e P2 não diferiram estatisticamente entre si, mas sim em relação aos outros, obtendo 100% de mortalidade. Com menores índices de mortalidade em relação aos primeiros, T1 e T2 também não apresentaram diferença entre si. O tratamento controle diferiu por não apresentar mortalidade. A mortalidade por T1 e T2 aumentou de acordo com o tempo de exposição aos inseticidas. P1, P2 atingiram 100% de mortalidade já no primeiro dia de observação e C não apresentou essa condição. Ambos os inseticidas nas duas concentrações mostraram toxicidade para S. aff. depilis, evidenciando a importância de se levar em consideração não somente doses letais de inseticidas, mas também efeitos sub letais, especialmente a longo prazo. A exposição de meliponíneos a baixas dosagens é pouco conhecida e deve ser considerada em estudos de risco.

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