Outros Assuntos

Nidificação de Abelhas Sem Ferrão em Área Urbana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Ramos, JD1; Halinski, R1; Blochtein, B1
1 Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faculdade de Biociências. Laboratório de Entomologia
jenifer.ramos@acad.pucrs.br
rosana.oliveira@pucrs.br
betinabl@pucrs.br

Resumo:

No Rio Grande do Sul há registro de 22 espécies de meliponíneos. As espécies de abelhas deste grupo nidificam predominantemente em ocos de árvores, sendo também encontradas em fendas de rochas, muros, paredes de casas, ou ainda expostos (aéreos). A entrada do ninho é formada por um tubo de cera, cerume ou barro, cujo comprimento e forma são variáveis e típicas para cada espécie, podendo auxiliar na sua identificação. O processo de urbanização pode interferir nos hábitos de nidificação e manutenção das populações de abelhas sem ferrão. O presente estudo objetiva analisar a distribuição espacial, abundância e diversidade de ninhos de abelhas sem ferrão, no Campus Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O Campus abrange 55 hectares localizados no perímetro urbano (30º 03' 33"S e 51º 10' 17"W) de Porto Alegre, RS, onde há elevada taxa de edificações e vias com intenso tráfego de veículos. Entretanto, o Campus apresenta jardins projetados constituídos por espécies ornamentais nativas e exóticas, com ervas, arbustos, trepadeiras e árvores. No período de setembro/2011 a fevereiro/2012 foram realizadas inspeções na área, com apoio da equipe de jardinagem, a fim de encontrar ninhos de meliponíneos. Para cada ninho encontrado registrou-se as coordenadas geográficas e com estes dados documentou-se suaa distribuição espacial. Além disso, foram registradas imagens das entradas dos ninhos e quando necessário, para confirmar a identificação, coletaram-se cinco abelhas. Posteriormente as abelhas foram alfinetadas e depositadas na Coleção de Abelhas do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS. Registraram-se 25 ninhos de abelhas sem ferrão, pertencentes a três espécies: Tetragonisca angustula (68%), Plebeia emerina (28%) e Plebeia droryana (4%). Observou-se que os ninhos apresentam distribuição espacial aglomerada, sendo o maior número de ninhos encontrado em ocos de árvores (44%) quando comparado a outros locais de nidificação como barrancos (28%), paredes (alvenaria) (20%) e ainda a outros substratos (8%).

Retorna à página anterior