Evento

EM MATO GROSSO Comissão técnico-científica começa a delinear XVIII Congresso Brasileiro de Apicultura

O encontro será em Cuiabá, de 19 a 22 de maio de 2010, no Centro de Eventos do Pantanal

Rita Comini

Cuiabá/MT - Abelhas: Polinizadoras do Desenvolvimento Sustentável. Este é o tema do XVIII Congresso Brasileiro de Apicultura agendado para maio de 2010 (de 19 a 22), em Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal. O evento itinerante ocorre a cada dois anos e tem como objetivo ser o mais importante e abrangente fórum do segmento reunindo especialistas e apicultores de todo o Brasil. Há exato um ano e 45 dias antes de acontecer, o evento, que deve reunir em Cuiabá cerca de 10 mil pessoas, começou a ser delineado pela comissão técnico-científica e pelos organizadores, Federação Mato-grossense de Apicultura (Feapismat), Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), com apoio do Sebrae. Durante dois, um grupo de pesquisadores, professores universitários e representantes do Sebrae Nacional e em Mato Grosso discutiram os primeiros direcionamentos do evento que será calcado em três grandes eixos temáticos: meio ambiente, tecnologia e mercado. Compõem a comissão executiva, o presidente da Feapismat, Walmir Guse, da CBA, José Gomercindo Cunha, o coordenador da Carteira de Apicultura do Sebrae Nacional, Reginaldo Resende, a diretora do Sebrae em Mato Grosso, Eneida Maria de Oliveira, o gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) de Apicultura da Região Sudoeste, Rubens de Pinho, a técnica Helen Camargo e o representante do MT Fomento, José Catarino Mendes; e a comissão científica nacional e local e nacional, o professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em apicultura, Ademir Espencer, os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Afonso Ludovico Sinkoc e Márcio Ferreira, da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Anderson Marques do Amaral (Campus de Cáceres) e Mendelson Guerreiro Lima (Campus de Alta Floresta) e do Instituto Federal Tecnológico de Cáceres, Carlos Donizeti.

Segundo Catarino Mendes, responsável pelo levantamento da atividade em Mato Grosso, o estado conta com 10.500 colméias, 1.100 apicultores e produz em torno de 270 toneladas de mel por ano.

O presidente da Feapismat, portanto presidente do Congresso, Walmir Guse, destaca que a intenção é mostrar a apicultura de Mato Grosso para o Brasil, que desperta muito interesse por ser nova, bem como trazer temas que possam atender os produtores locais permitindo que agreguem valor à atividade.

O congresso fecha o ciclo de quatro anos da diretoria da CBA e durante sua realização ocorre a eleição da nova direção. O atual presidente, José Gomercindo Cunha, destaca que serão apresentados os resultados do Programa Nacional de Georrefereciamento da Apicultura, uma das ferramentas para preparar a apicultura para a rastreabilidade. Segundo ele, o Programa Nacional de Sanidade Apícola será um grande usuário dos dados do georreferenciamento, feito a partir de uma parceria com a Fundação Banco do Brasil.

O representante do Sebrae Nacional, Reginaldo Resende, destaca a questão do mercado, mais especificamente o potencial brasileiro para o consumo de mel e pontua três grandes possíveis consumidores, a geração saúde/executivos, público infantil e terceira idade. O consumo brasileiro é de 128 gramas por pessoa ao ano, enquanto que em países desenvolvidos é de 1 quilo por pessoa/ano. Na Alemanha é de 1,5 k. A intenção é aumentar o consumo de mel entre os brasileiros. "O Brasil é o segundo maior país em academias de ginástica, são mais de 8 mil academias, envolvendo cerca de 2 milhões de pessoas, se cada uma consumisse 1 quilo de mel por ano, precisaríamos de 2 mil toneladas/ano", contabiliza apostando também no universo escolar. "Temos 41,9 milhões de estudantes, se cada um consumir um sache de 5 gramas na merenda escolar em cada um dos 180 dias do ano letivo, serão precisos 37,7 mil toneladas de mel, mais do que a produção nacional estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 34,7 mil toneladas", conclui. Segundo ele, o congresso precisa acender um holofote sobre as oportunidades de mercado avaliando também os nichos de mercado internacional. Em 2008, 67% das exportações de mel foram para os Estados Unidos e agora está começando a ser redirecionado para a Europa.

Ele destaca ainda a importância de se fazer no evento a correlação da apicultura com outros setores como agricultura, biomassa energética, silvicultura, gastronomia, artesanato, turismo, cultura e inovações tecnológicas para o setor.

O professor da Universidade de São Paulo (USP), Ademilson Espencer destaca que a intenção é fazer um evento voltado basicamente para o apicultor, que possa atender os anseios do segmento e transformar o congresso em uma linguagem simples que seja facilmente absorvida pelo apicultor, trazendo novas tecnologias, novas formas de lidar com a abelha, a importância dela no meio ambiente, as possibilidades de mercado, que deverá ser bastante abrangente. "Nossa preocupação, sobretudo, é que o apicultor possa absorver as novas tecnologias para melhorar o seu nível de vida e o seu nível de informação".

Segundo ele, a apicultura no Brasil, feita pelos pequenos produtores é bastante significativa, principalmente em estados como Mato Grosso que tem se destacado no cenário nacional com uma posição relevante. "Os pequenos apicultores merecem bastante cuidado e atenção, eles começam a se mobilizar e, em função de novas técnicas, começam a crescer e buscar novos horizontes, essa é uma das metas do congresso".

O professor da UFMT Afonso Lodovico Sinkoc ressalta que o congresso é o momento de fazer a ponte entre a ciência e os produtores, "é o momento de levar conhecimento e buscar as demandas do apicultor". Idéia complementada pelo também professor da UFMT, o agrônomo Márcio Ferreira, eleito presidente da Comissão Ténico-científica Local, para quem o principal objetivo é filtrar e facilitar o acesso ao conhecimento científico levando as informações de interesse aplicáveis para o setor.

A diretora do Sebrae/MT, Eneida Maria de Oliveira, explica que esta metodologia de trabalho tem como objetivo tornar o congresso o mais abrangente possível para que os participantes possam encontrar no evento uma mostra ampla da apicultura e possam assim se desenvolver ainda mais na atividade.

Os próximos passos na construção do congresso é a elaboração do projeto básico para capitação de recursos e criação do site do congresso, bem como divulgação do congresso em eventos locais e nacionais.

Serviço:

www.mt.sebrae.com.br

0800 570 0800 - Central de Relacionamento Sebrae

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