Artigo

EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL ENERGÉTICA NO COMPORTAMENTO DE ESTOCAGEM DE PÓLEN POR ABELHAS JANDAÍRAS ( Melípona subnitida Ducke) EM MOSSORÓ RN

Victor Hugo Pedraça Dias1 Fabiano Luiz de Oliveira2 Marcos Antonio Filgueira3 Atarissis Morais Dias2 Débora Monteiro de Souza4
1 Eng. Agrônomo, Estudante de pós graduação Strictu Sensu Entomologia Agrícola - UFRPE PE, e-mail: falavictor@yahoo.com.br - 2 Acadêmico do curso de Agronomia da UFERSA, Mossoró RN - 3 Prof. Associado, UFERSA, Departamento de Ciências Vegetais, CEP 59.625-900, Mossoró RN, e-mail: marcosaf@ufersa.edu.br - 2Acadêmico Curso de Agronomia da UFERSA, Mossoró RN: 4 Acadêmica do curso de Ciências Biológicas UFRPE, Recife - PE.
RESUMO

Objetivou-se nesse trabalho verificar a influência da alimentação artificial energética no comportamento de estocagem de pólen pelas abelhas jandaíras. Foram utilizadas oito colméias verticais adaptadas para a espécie e dividiu-se em dois grupos, um de abelhas sem alimentação (grupo 1) ou seja esse grupo necessitava de forragear para encontrar e estocar seu alimento e o outro alimentado com o preparo feito com 50% de água e 50% de mel (grupo 2).O Estudo foi conduzido numa sala de janelas amplas que permitiu a entrada e saída de campeiras envolvidas na pesquisa. O fornecimento diário da alimentação, era feita com o uso de pipetas, após período de 31 dias durante a observação, foi analisada a quantidade de potes de pólen encontrado no interior das colméias de estudo. A análise estatística foi feita pelo teste de Scott-Knott, utilizando o Softwere SISVAR com nível de 5% de probabilidade. Notou-se diferença relevante entre os resultados neste ensaio, com o grupo 1 apresentando melhor resultado, o estudo mostra que colméias não alimentadas estocam 1,75 vezes mais do que as alimentadas, sugerindo certa precaução para o uso desse animal em polinização de ambientes fechado para não haver interferência na atividade de coleta pólen peas operárias.

Palavras chaves:

Alimentação artificial, jandaíra, reserva de pólen

ABSTRACT

The objective of this work is to check the influence of artificial feeding behavior of the energy storage of pollen by Stingless jandaíras. We used eight hives vertical adapted for the species and divided into two groups, one of bees without food (group 1) or that group needed to find forragear and store his food and the other fed the preparation made with 50% of 50% of water and honey (group 2). The study was conducted in a room of large windows that allowed the entry and exit of rural involved in the search. The daily supply of food, was made with the use of pipettes, after period of 31 days during the observation, it examined the amount of pots of pollen found inside the hives of study. Statistical analysis was performed by the test of Scott-Knott, Softwere SISVAR by using the level of 5% probability. It was noted, material difference between the results in this test, with the group 1 showing better result, the study shows that hives not fed store 1.75 times more than those fed, suggesting some caution for the use of that animal pollination, in closed environments for no interference in the activity of collecting pollen peas workers.

Key words: Food artificial, jandaíra, reserves of pollen

INTRODUÇÃO

A abelha jandaíra (M. subnitida) é um meliponíneo típico do sertão. A sua criação por ser de fácil manejo, tendo como principais produtos de interesse comercial o mel, que é apreciado pelas populações nativas, de alto valor comercial e de ótima qualidade, e os enxames pela sua venda no tronco ou em cortiços. Produtores rurais nordestinos utilizam a meliponicultura - criação de abelhas sem ferrão - como uma atividade alternativa de renda, podendo gerar assim, um desenvolvimento sustentável e utilização racional dos recursos florestais.

Segundo Kerr, et al. (1996) em época de pouca florada, o alimento natural pode se tornar escasso, e é nesse momento que a alimentação natural deve ser complementada com alimento artificial de manutenção. A alimentação artificial também pode estimular a postura das abelhas

De acordo com Menezes (2006), A alimentação artificial para meliponíneos é uma técnica fundamental para a manutenção das colméias, já que, em geral, a destruição das matas nativas diminuiu, consideravelmente, a capacidade de suporte alimentar oferecida pela vegetação local. Dessa maneira, se faz necessário o desenvolvimento de trabalhos voltados para a realidade como base, visando uma manejo mais eficiente e produtivo dentre os quais se insere o uso da alimentação suplementar verificando até onde a alimentação artificial causa influência no desenvolvimento das colônias.

Objetivou-se estudar nesse trabalho a influência da alimentação artificial energética no comportamento de estocagem de pólen pelas abelhas jandaíras (M. subnitida ).

MATERIAL E MÉTODO

O experimento foi realizado no Laboratório de Entomologia do Departamento de Ciências Vegetais da UFERSA, entre os meses de agosto a novembro de 2007 em sala com amplas janelas de vidros que durante o ensaio permaneceram abertas, possibilitando a entrada e saída das operárias campeiras envolvidas na pesquisa. Foram utilizados 8 colméias do tipo vertical adaptadas para a jandaíra, dividido em 2 grupos com 4 repetições, sendo o grupo1, colméias não alimentadas e grupo 2, colméias submetidas à alimentação energética, composta de uma solução de 50% de água de 50% de mel de abelha africanizada. O fornecimento era diário e realizado com o auxílio de uma pipeta, introduzido-a nos potes vazios. A cada 31 dias, a quantidade de alimento fornecido era estimado através da colheitas bem como se contabilizavam os potes com pólen encontrados no decorrer do ensaio. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, utilizando o teste Scott - Knott, do software estatístico SISVAR, para análises dos dados. Verificou-se diferença significativa quando se comparou o armazenamento de pólen, tendo o grupo 1 apresentado valores superiores ao grupo 2 que recebeu suplementação alimentar.


Gráfico 01 - Consumo mensal do suplemento energético nos meses de agosto a novembro de 2007.

Tabela 1 - Análise estatística das variáveis observadas Médias com letras iguais na horizontal não diferem estatisticamente, pelo teste de Scott-Knott, com nível de 5% de probabilidade.


RESULTADO E DISCUSSÃO

Durante os meses da pesquisa, o grupo que recebeu alimentação artificial consumiu uma média de 3,114 litros, o que resultou numa média de 778,5 mL por repetição consumido entre os meses de agosto a setembro. Mensalmente, cada colméia desse grupo consumiu cerca de 259,5 mL (GRÁFICO 1)

Verificou-se diferença significativa quando se comparou o armazenamento de pólen, tendo o grupo 1 apresentado valores superiores ao grupo 2 que recebeu suplementação alimentar. (TABELA1)

Nogueira-Neto (1997), estudando Friesella schrottky, observou que o suprimento de energia em uma colméia é mais importante que as reservas de pólen. O mesmo comportamento foiconstatado nesse experimento, mostrando que é possível que a M. subnitida tenha o mesmo comportamento. Nesse trabalho observa-se que as colméias não alimentadas estocaram cerca de 1,75 vezes mais pólen do que o grupo que recebeu a alimentação

CONCLUSÃO

Isso nos permite inserir que para o manejo da polinização em ambiente fechado é necessário cautela com a alimentação artificial energética da M. subnitida de modo que esta não venha prejudicar sua atividade de coleta de pólen.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

KERR, W. E., CARVALHO, G. A., NASCIMENTO, V. A. Abelha Uruçu: biologia, manejo e conservação. Minas Gerais: Fundação Acangaú, 1996, 120p.

MENEZES, C; BONETTI, A. M.; KERR, W.E. Alimentação de Colméias de ( Melipona scutellaris) com potes artificiais de cera. In: CONGRESSO DE APICULTURA E II DE MELIPONICULTURA, 16, 2006, Aracajú, Anais... Aracajú: 2006. CD ROM.

RAYMENT, T. The stingless bees of Austrália. Vict. Nat. Melbourne, Melbourne, v.5 p.183-189,10 abr.1932.

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