Introdução:
A cera de abelha (Apis mellifera L.) é um importante produto da colméia, produzida
a partir de glândulas cerígenas, é usada na construção de favos que servirão como
depósito de alimento e desenvolvimento da prole. Atualmente, a cera é amplamente
utilizada na indústria, na farmácia, na medicina e na fabricação de diversos tipos de
cosméticos. Este produto apícola é de grande valor, mas para que possa ser reutilizada
pelas abelhas na forma de cera alveolada e para competir no mercado mundial a cera
deverá apresentar alta qualidade, fato que pode ser comprometido pela presença de
produtos contaminantes ou aditivos intencionais.
MATERIAL E MÉTODOS
Com o objetivo de avaliar a qualidade da cera utilizada por uma indústria, foram
analisadas 10 amostras de cera no período de outubro/2007 a abril/ 2008 e
determinados: índice de acidez, índice de ésteres e adulterações, segundo (AOAC, 1992,
1995; FAO, 1985; Brasil, MA, 1952,1981).
RESULTADOS
As amostras avaliadas apresentaram coloração variando de branca amarelada a parda
(Figura 1).
Entre as amostras avaliadas, 40% destas apresentaram índice de acidez variando de
7,66- 10,52 mg KOH/g, índice de ésteres de 31,7 - 36,5% (Tabela 1) e teste positivo
para aditivos intencionais parafina e carnaúba (Figura 2, 3 ).
Índices de acidez e ésteres obtidos em 40% das amostras avaliadas (N= 10). |
Amostras de cera bruta obtida através de troca com os apicultores |
Teste realizado para determinacão de parafina, tomando como padrão cera de
opérculo. |
Adulteração múltipla parafina e carnaúba 089, 091, cera pura 090. |
As demais amostras avaliadas, os índicez de acidez variaram de 18,18- 20,10 mg
KOH/g e índice de ésteres de 73,1- 79 % , índices estes aceitáveis pela legislação
vigente.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos confirmam a necessidade da implantação de análises laboratoriais
da cera obtida pela indústria, para detecção de fraudes diversos e garantia de qualidade
da cera industrializada.
Os índices de acidez e ésteres apresentam grande variação e indicam a necessidade de
capacitar os apicultores no manejo e armazenamento correto da cera, como medida de
valorização do produto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists.
Arlington, , 1992.
- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists, 16 th
Edition, cap. 4.1.03, 1995.
- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria 001, de 07 de
outubro de 1981. Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem
Animal e seus Ingredientes: Métodos Físico-Químicos, Cap. 2, p. 3, met. 3, 1981.
- BRASIL. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal. Decreto n0 30.691, de 29 de março de 1952.
- FAO/OMS. Organización de las Naciones unidas para la Agricultura y la
Alimentacíon. Codex Alimentarius, CAC/vol. A, 1985.