Associativismo

A APACAME NO 40º CONGRESSO INTERNACIONAL DA APIMONDIA

Texto: Carlos Augusto Priedols, apicultor e Diretor da APACAME.


Realizado de 09 a 14 de setembro de 2007, no Centro de Convenções de Melbourne, Austrália, contou com a presença de todos os continentes num total de 42 países.

O Centro ofereceu segurança, conforto e o atendimento ao congressista foi acolhedor.

O Grupo APACAME voou por exatas 22 horas para marcar presença no evento.

Inscritos 409 trabalhos, destes 18 foram da Austrália e deles 6 versaram sobre doenças das abelhas. O Brasil apresentou 9 e aVenezuela 7.

Na Expo-Apis, com 116 estandes, foram exibidos equipamentos e materiais os mais variados. Destacamos: uma colméia utilizando caixilhos redondos; colméias construídas em isopor de alta campactação, aparelhos para sugar Geléia Real. Os estandes da Argentina, Brasil e México, através de seus representantes, disputaram o direito de realizar o Congresso de 2011. A Argentina foi eleita.

Ainda, no próprio Centro foram apresentados belíssimos shows musicais do folclore australiano e exibições com o chicote.

Casa do mel

Dos congressos uma parte muito importante e proveitosa para os apicultores é a Visita Técnica. Formados os grupos por idioma, se não o mesmo, pelo menos o parecido, assim o português e o espanhol formaram um grupo. Levados os grupos às dependências de um Clube Rural, tivemos a oportunidade de apreciar uma frota de caminhões adaptados para as atividades apícolas nos mais variados modelos e finalidades. Do simples trasporte de carga (mel, colméias, equipamentos etc.) até adaptações para centrifugar mel fora da casa apropriada. Carretas especiais para apicultura migratória e empilhadeiras para carga e descarga de colméias e outras cargas. Houve a apresentação das abelhas com as quais o apicultor australiano trabalha com abertura de colméias povoadas.

Ainda neste local foram exibidos maquinários antigos; para tosar ovelha; serrar lenha; bombear água etc. Demonstração de cães pastores; garimpo de ouro; disputa entre dois australianos no corte de uma viga a machado.

Os grupos foram recebidos e atendidos com muita jovialidade pelos apicultores e demais pessoas auxiliares. Ao final das apresentações foi servido um delicioso almoço com comidas típicas australianas.

Desoperculadora automática

A segunda parte da Visita Técnica foi numa Casa de Mel, onde foi exibida a desoperculação, centrifugação e envazamento em tambores de 200 litros.

Do contato direto com os apicultores australianos ficamos sabendo que conseguem colher entre 50 a 70kg de mel por colméia, por temporada, pelos pequenos apicultores, sendo que os profissionais produzem de 200 a 250kg de mel por ano, utilizando a colméia Langstroth modificada para 8 quadros. Uma câmara de cria, tela excluidora, outra câmara em função de melgueira.

A apicultura migratória é praticada em grande escala quer seja para mel como também a polinização de pomares e produção de sementes. Em algumas regiões é necessário reforço de alimento às abelhas em épocas carentes de flores. Também em algumas regiões há doenças das abelhas, sendo a mais grave a AFB (Cria Pútrida Americana) que é mantida sob rigorosa e constante vigilância.

A raça de abelha não é grande preocupação dos apicultores, a preferência é pelas italianas, mas há também os que gostam das outras duas: a caucasiana e a carniça. Há especialistas que criam rainhas e distribuem aos apicultores australianos, exportando as excedentes. Alguns apicultores criam suas próprias rainhas.

O Eucalipto é a principal florada e fonte de néctar da Austrália; ao todo são estimadas 680 fontes de néctar. O País produz por ano cerca de 30.000 toneladas de mel, colhidos por aproximadamente 10.000 apicultores. O australiano consome cerca de 2kg de mel por ano. Os principais clientes do mel australiano são a Inglaterra, Alemanha e o Japão.

Além da abelha a Austrália conta com uma agricultura utilizando tecnologia de última geração; povo trabalhador e disciplinado, copia o exemplo das abelhas e, realmente é isso, pois até uma rainha eles possuem.

Os apicultores australianos dispõem de uma frota de caminhões adaptados para as atividades apícolas

Colméia de observação de vidro

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