Evento

CONSIDERAÇÕES SOBRE O XXXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE APICULTURA DA APIMONDIA

Texto: Prof.Dr.Lionel Segui Gonçalves - Professor Titular da FFCLRP-USP - Ribeirão Preto-SP

O Congresso Internacional de Apicultura da APIMONDIA realizado de 24 a 29/8/2003 na cidade de Ljubljana, Eslovenia, terra natal das abelhas carniolas, Apis mellifera carnica , foi um dos mais bem organizados e concorridos congressos da Federação Internacional de Apicultura que congrega mais de 50 países de vários continentes. O Congresso teve como motivo " A Apicultura, um modo de vida " . Antes de comentarmos sobre o Congresso propriamente dito gostariamos de tecer alguns comentários sobre a apicultura slovena e suas características. A Apicultura eslovena é representada pela Federação Eslovena de Apicultores, que congrega aproximadamente 200 Associações Apícolas e um total de aproximadamente 6000 membros atuantes que exploram a apicultura de forma tradicional e tendo como material biológico as abelhas carniolas.


Vista frontal de uma típica
"Casa de Abelhas" da Eslovênia,
vendo-se claramente o destaque
das pinturas típicas na parte anterior
das colmeias.

Vista interna de uma " Casa das Abelhas"
vendo-se uma colmeia de dois ninhos separados
por uma tela excluidora de rainhas. As colmeias
são dotadas de material isolante para ajudar o
aquecimento no inverno e toda a manipulação
das colmeias é feita internamente pelo apicultor.

A apicultura da Eslovenia é caracterizada pelo tradicional uso da "Casa de abelhas" que congrega internamente várias colmeias (15 a 30 colmeias que são manipuladas dentro da casa devido ao rigor do inverno ) e cujas frentes ou partes anteriores ficam num painel na parte anterior das casas.
Estas entradas das colmeias são tradicionalmente pintadas por artistas que contam, por meio desta arte típica , a história do país, suas tradições, sátiras, crendices, religião, folclore e por que não dizer sua própria cultura.

As verdadeiras obras de arte pintadas nas placas retangulares que representam a entrada das colmeias datam do século XVIII quando a arte barroca surgiu na Eslovenia. Elas eram a princípio pintadas por campesinos profissionais ou semi-profissionais que usavam tinta a óleo para retratar fatos da época etc. e hoje existem mais de 600 diferentes motivos registrados em pinturas que documentam os costumes eslovenos da época.


Nesta foto é mostrada uma moderna
"Casa de Abelhas" da Eslovenia vendo-se
a entrada de 30 colmeias pintadas na
parte anterior com cores diferentes para
ajudar a localização das entradas pelas abelhas.

Detalhe da parte anterior
de algumas colmeias eslovenas
com pinturas típicas que retratam
a história, folclore e cultura do país.
Entre os motivos mais antigos predominam pinturas de santos, suas características religiosas, além de uma grande quantidade de pinturas que representam sátiras e cenas da vida quotidiana da época, representando os costumes e as mais diversas profissões, inclusive do apicultor. Infelizmente o costume de pintar as colmeias com figuras ,genuinas peças de arte , aos poucos foi se extinguindo, principalmente no século XIX ,existindo hoje apenas resquícios desse costume, hoje limitado a apenas a cores distintas, no sentido de auxiliar as abelhas a localizar suas respectivas colmeias, fato já comprovado cientificamente.
No entanto,esta rica demonstração de arte do povo esloveno tornou-se um marco na história desse país , sendo o único país europeu a ter registro de sua história na forma de arte em um acervo de mais de 50.000 pinturas em madeira na entrada de colmeias depositadas em vários museus da Eslovenia e com réplicas reproduzidas em madeira e com certificado na sua parte posterior, contendo o título de cada obra etc.,representando o mais típico souvenir esloveno e uma justa homenagem ao seu maior historiador, o apicultor.


Vista geral do Anfiteatro
principal do Centro de Convenções
em Ljubljana ,Eslovênia no intervalo
de uma Sessão do XXXVIII Congresso
Internacional de Apicultura da
Apimondia-2003.

Vista geral do Anfiteatro
principal no Centro de Convenções
e Congressos em Ljubljana-Eslovênida,
por ocasião de uma das Sessões da
Comissão Técnica Permanente de
Biologia da APIMONDIA 2003.

O Congresso da APIMONDIA na Eslovênia destacou-se principalmente pelo nível de organização, pelo local que foi um magnífico Centro Cultural e de Congresso (Cankarjev Dom ) e um maravilhoso anfiteatro com capacidade para mais de 3000 pessoas, elevado número de participantes e principalmente pelo sucesso da Exposição de produtos e materiais apícolas EXPO-APIS 2003. A Exposição neste ano teve mais de 100 Stands e representantes de mais de 35 países, entre eles o Brasil com dois Stands, um representando uma parceria do " SEBRAE/COAPI " da Bahia e a empresa "CEARAPI LTDA", do Crato,Ceará , produtora de meis orgânicos e o outro Stand representando a empresa apícola "A Realeira " de Botucatú-SP. Os países com maior número de Stands além da Eslovenia que tinha 15 Stands foram a Argentina com 12, a Alemanha e França com 9, Italia com 7 e Inglaterra com 5 Stands porém, registraram suas presenças com o melhor de seus produtos a Dinamarca, USA, Croacia, Espanha, Tanzania, China, Hungria, Koreia, Bulgaria, India, PAkistão, Bosnia Hercegovina, Austria, Uruguay, Suiça, Grecia, Turkia, Rep. Tcheca, Nova Zelândia, Polonia, Australia, Serbia e Montenegro, Finlândia, Irlanda, entre outros, vivenciando-se um clima de uma verdadeira Torre de Babel quanto as linguas ali faladas, porém, todos convivendo num clima de amizade e confraternização, de conformidade com o que preconizava o simbolismo da "Abelha" já nos idos tempos dos gregos e egípcios, " Abelha= Símbolo do bem estar". A variabilidade de produtos e equipamentos apícolas foi o ponto alto do Congresso . Segundo o Sr. Paulo S. Levy, diretor da empresa CEARAPI cujo Stand foi instalado em parceria com o SEBRAE e que expôs e colocou para degustação dos visitantes vários tipos de méis orgânicos do nordeste brasileiro, a visita ao Stand brasileiro superou todas as expectativas , estando constantemente visitado durante todo o Congresso. Segundo ele foi possível divulgar não apenas a diversidade e boa qualidade dos produtos apícolas brasileiros como também a grande expansão da apicultura brasileira com abelhas africanizadas no nordeste do país. O grande interesse internacional pela nossa abelha africanizada, que é resistente à Varroa destructor foi evidente face a curiosidade do público que frequentou o Stand interessado em saber detalhes sobre nossa apicultura e sua expansão. Devemos destacar aqui a importante atuação do SEBRAE brasileiro que, além de ter colaborado na parceria e incentivado a participação brasileira no evento, também se preocupou em divulgar, através da distribuição de folders no referido Stand , a realização do XV Congresso Brasileiro de Apicultura, a ser realizado em Natal-RGN, de 18 a 21/5/2004. Tal divulgação também foi amplamente informada por nós nas Sessões Plenárias do Congresso da Apimondia. Portanto, embora a participação brasileira tenha sido reduzida em número de participantes em relação aos últimos Congressos da APIMONDIA devido ao elevado valor atual do Euro, assim mesmo a delegação brasileira (nós como representante oficial da CBA nomeado pelo seu Presidente, expositores dos Stands, pesquisadores, representantes do SEBRAE e membros da APACAME ) se fez representar dignamente no referido evento internacional com seus produtos, trabalhos e representações. Tenho a certeza que cada membro da delegação colaborou neste Congresso da APIMONDIA , dentro de suas possibilidades e desejo, como brasileiro, para colocar em destaque a bandeira e o nome do Brasil no cenário apícola internacional , como grande e sério produtor apícola e, graças ao seu potencial, forte candidato a ser um dos maiores produtores mundiais de produtos apícolas da América Latina .

Vista de um Apiário de produção
de rainhas no interior da Eslovenia,
vendo-se os núcleos de fecundação
com cores diferentes para ajudar a
localização pelas rainhas após o vôo
nupcial. Ao fundo uma estátua de
madeira de um urso ,um dos grandes
inimigos das abelhas.

Quanto ao Congresso própriamente dito gostariamos agora de registrar e ou comentar alguns dos trabalhos apresentados nos plenários das Comissões Internacionais Permanentes da APIMONDIA e que trouxeram algum impacto junto aos participantes do referido evento internacional. Antes porém considero importante relatar um fato ocorrido por ocasião da abertura oficial do XXXVIII Congresso Internacional de Apicultura na Eslovênia, perante um público internacional de, estimo, mais de 3 mil participantes e que causou grande surpresa. Após o cerimonial de abertura do Congresso pelo Presidente da APIOMONDIA, Sr. Asper S. Jorgensen, do qual participaram as mais altas autoridades da Eslovenia, representantes oficiais de todos os países membros e Presidentes das Comissões Internacionais Permanentes da Apimondia, o Presidente do Congresso informou ao público que o representante da Federação Italiana de Apicultura gostaria de fazer um comunicado extremamente importante sobre uma descoberta que mudaria os destinos da apicultura de muitos países. A seguir passou a palavra ao representante italiano que a seguir informou ao público presente que um italiano havia descoberto a solução para o problema mundial da varroatose, praga causada pelo ácaro Varroa destructor , causador de seríssimos danos econômicos para a apicultura de muitos países e que representa hoje a maior preocupação aos apicultores de todo o mundo. A seguir informou que o problema todo estaria relacionado com o conhecido "espaço abelha", conhecido de todo apicultor e que o simples aumento do "espaço abelha" na confecção das colméias permitiria com que as abelhas retirassem mais facilmente os ácaros das células infestadas , reduzindo desta forma o grau de infestação da varroatose e, consequentemente, estaria resolvido o sério problema causado pela Varroa. Tal informação não foi complementada por nenhuma descrição da metodologia, nenhum resultado dos dados experimentais, nenhum controle e muito menos comparação mediante algum teste estatístico que comprovasse a importância de tal descoberta, causando ao público uma falsa expectativa de que o problema da varroatose teria sido facilmente resolvido. A seguir o Presidente do Congresso deu continuidade aos trabalhos e por final encerrou normalmente à Sessão de Abertura do Congresso. No dia seguinte surgiram vários comentários sobre o assunto e principalmente ficava implícito que toda uma série de pesquisas realizadas pelos especialistas em patologia apícola em vários países e principalmente vinculados à Apimondia nos últimos vinte anos deixavam muito a desejar face a inoperância ou ineficácia das tentativas de soluções apresentadas até o momento nos Congressos da Apimondia. Como pesquisador atuante ,tal fato nos causou grande indignação pela maneira informal como foi feita a divulgação da informação na abertura do Congresso, informação essa totalmente desprovida de fundamentos e principalmente por não ser nem o local apropriado nem o momento oportuno para tal informação, mesmo que fosse verdadeira,uma vez que se tratava da Sessão de abertura de um Congresso Mundial de Apicultura. Assim, a seguir, por ocasião da Assembléia Geral dos representantes oficiais dos países membros da Apimondia e na qualidade de representante oficial da Confederação Brasileira de Apicultura, por indicação de seu Presidente bem como na qualidade de Presidente da Comissão Internacional Permanente de Biologia da Apimondia resolvi tomar a palavra e interpelar o Presidente da Apimondia sobre o lamentável ocorrido . Nesse sentido comentei que, em que pese todo o mérito da atual Diretoria da APIMONDIA pelo brilhantismo do evento técnico-científico e por considerar os Congressos da Apimondia como um fórum adequado e sério para a apresentação dos trabalhos técnico-científicos, não considerava correta a divulgação ocorrida uma vez que não era o momento apropriado, não havia fundamentos que sustentassem tal afirmativa de solução de tão sério problema que aflige a apicultura mundial , que é a varroatose . Por outro lado, ao consultar no dia seguinte ao comunicado o próprio Presidente da Comissão Internacional Permanente de Patologia , Dr. Wolfgang Ritter ,da Alemanha e que estava presente naquela Assembléia, tomei conhecimento que havia um total desconhecimento de tal pesquisa e seus resultados e, portanto, a notícia divulgada era desprovida de base experimental e científica. Nesse sentido solicitei esclarecimentos ao Presidente Jorgensen , ao mesmo tempo que pedi que houvesse mais cuidado para que tal fato não viesse novamente a constranger e principalmente desestimular os pesquisadores dos inúmeros países que há anos vem se dedicando aos estudos em prol da melhoria das abelhas em todos seus aspectos. A seguir o Presidente da Apimondia apresentou seus comentários, lamentando pelo lapso ocorrido e concordando com o nosso posicionamento , prometendo, ao encerrar, que tal fato não mais se repetiria. Infelizmente muitos dos que assistiram a reunião de abertura não mais tomaram conhecimento sobre o assunto em questão e apenas os que participaram da Assembléia Geral e das reuniões de Patologia durante a Apimondia constataram, pelos trabalhos apresentados, que o problema persiste, sendo que a Varroatose representa hoje a principal preocupação mundial dos apicultores. Felizmente para nós brasileiros as abelhas africanizadas tornaram-se resistentes ou com tolerância comprovada ao ácaro Varroa destructor, graças principalmente ao seu eficiente comportamento higiênico ou de limpeza que é de origem genética e que faz com que as próprias abelhas se livrem do ácaro ou mantenham um baixo índice estacionário de infestação, não havendo portanto a necessidade de tratamentos com acaricidas no Brasil.

Os ursos causam grandes problemas
aos apicultores eslovenos

Em relação aos trabalhos técnico científicos apresentados na Apimondia apresentaremos agora, como contribuição aos leitores da Mensagem Doce, de forma bastante resumida, alguns dos trabalhos apresentados pelos pesquisadores nas distintas sessões::

Segundo J. Kefuss e colaboradores (Chile) estes autores, valendo-se de ensaios sobre o Comportamento HiIgiênico das abelhas selecionaram abelhas para a tolerância a doenças na Europa, Africa, USA e América do Sul (Chile). Relataram inclusive que nos últimos 10 anos os esforços foram concentrados para a resistência à Varroa, tendo como propósito prevenir o aparecimento no ácaro de resistência aos produtos químicos e rebaixar a quantidade de resíduos químicos na colmeia.Tais resultados confirmam e incentivam a continuação dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos nessa mesma linha há anos por nossa equipe na USP em Ribeirão Preto-SP;

Martin & Medina (Inglaterra) apresentaram estudos sobre a tolerância das abelhas africanizadas e europeias à Varroa .Esses autores comentam que somente uma raça de Apis mellifera, as abelhas africanizadas mostram uma tolerância comprovada frente ao ácaro Varroa destructor. Informaram que as abelhas africanizadas se difundiram pelas zonas tropicais e sub-tropicais das Américas e que as colônias infestadas por ácaros sobrevivem sem o uso de acaricidas. No entanto, devido aos distintos haplotipos detectados, estudos anteriores realizados no México e Brasil se tornaram de difícil interpretação quanto aos resultados obtidos porém, resultados recentes permitiram constatar que as populações de acaros se estabilizam ao atingir o número de 1000 a 3000 ácaros nas abelhas africanizadas porém, esse número continua crescendo nas populações de abelhas européias, mostrando uma clara diferença na tolerância e a explicação da diferença de ação do ácaro nesses dois grupos de abelhas.;
Stand do Sebrae/Cearapi
Da esquerda para a direita os pesquisadores
Dr. J.Keffus, do Chile, Dr. Lionel S. Gonçalves (USP),
Dr. Antonio G. Pajuelo ( da Espanha )
e o diretor da Cearapi, Dr. Paulo S. Levy
no Stand SEBRAE/CEARAPI.
Vista parcial da ApiExpo 2003
Vista parcial da ApiExpo 2003


Jerome Trouiller (Inglaterra) apresentou um trabalho no qual informa que a varroatose vem sendo combatida mediante um novo tratamento a base de ingredientes naturais contra a varroatose, o Apiguard. Trata-se de um produto que é um gel de liberação lenta e que contem timol como ingrediente ativo. O papel do gel é regular a liberação dos vapores de timol no interior da colmeia. Segundo este autor a Apiguard tem sido largamente usada desde a Escandinavia até o Mèxico.

A.S.Jorgensen e colaboradores (Dinamarca) apresentaram um trabalho de controle ecológicos da Varroa , segundo o qual a varroatose vem sendo combatida eficazmente com vapores de Ácido fórmico associado ao Ácido latico, e gotas de Ácido oxálico por sua vez associados com a retirada de quadros de zangões.

Um trabalho interessante sobre Comportamento Higiênico foi apresentado pelo pesquisador polones, o geneticista . J. Woyke, o qual fez estudos comparativos do comportamento higiênico de abelhas Apis mellifera e das abelhas gigantes Apis dorsata. Seus experimentos mostraram que as abelhas gigantes, apesar de suas características de maior tamanho, maior agressividade etc. apresentaram comportamento higiênico muito inferior ao apresentado pelas abelhas Apis mellifera, sendo mais susceptíveis ao ácaro.

Uma novidade apresentada no Congresso é o uso das abelhas Apis mellifera como bio-indicadores de poluição do meio ambiente. Trabalhos feitos por C. Porrini e colaboradores (da Itália) confirmam que a contaminação por metais pesados como Pb Ni, Cr pode ser avaliada tanto com a ajuda de amostras das abelhas como de mel .Desde o ocorrido em Chernobil, em 1986, as pesquisas sobre a contaminação do meio ambiente estão evoluindo bastante sendo que ultimamente já estão sendo identificados elementos pesados de vida longa como Cs-137 e Sr-90 . Nesta mesma direção foram também apresentados trabalhos na Apimondia pelo grupo de Ljudmila Benedik e colaboradores, da Eslovenia no qual descrevem estudos com gamma-espectrometria para a determinação de contaminação radioativa do meio ambiente mediante estudos de amostras de mel;

P.Neumann & P.Elzen (Alemanha) apresentaram estudos sobre o besouro das colmeias Aethina tumida , uma espécie invasora de populações de abelhas .Este pequeno besouro das colmeias é um parasita das abelhas africanas e que se reproduzem na Africa somente em colmeias fracas, ninhos abandonados ou frutos caidos. No entanto, ao contrário, nas abelhas européias, é um parasita perigoso já que se reproduz até em colônias fortes e não se pode matar facilmente. O besouro se vale de táticas de resistência, assumindo atitudes de defesa , escondendo-se e escapando ou adotam o mimetismo trofaláxico. Esses besouros resistem a transportes a longas distancias, se adaptam facilmente aos hospedeiros, sendo uma séria ameaça para a apicultura global e em especial em populações selvagens.;(Obs. este besouro já foi encontrado nos Estados Unidos, sendo um sério risco para a apicultura).

Segundo A. Rushdy-Hassan (do Egito) foi feito um estudo sobre as principais causas do enxame migratório ou de abandono das abelhas no Egito, tendo sido constatado que entre as principais causas indutoras do abandono consta a falta de água, falta de alimento protêico bem como a presença de favos velhos nas colmeias.;

Nas Sessões de Apiterapia foram apresentados muitos trabalhos sobre a ação antibacteriana e fungicida do própolis, sua distintas composições químicas de acordo com diferenças origens etc. Foram apresentados resultados de tratamentos de vários tipos de doenças do homem como arterioesclerose , cancer , etc. com produtos a base de própolis etc., estudos da ação do veneno das abelhas nos tratamentos de artrites etc, estudos dos efeito antiradioativo do veneno de abelhas etc. No entanto, falta ainda nessa área da apiterapia um estudo mais aprofundado com a existência de controle e análises estatísticas que comprovem tanto o efeito das doses como dos diferentes tratamentos nos tratamentos de doenças.

Em relação aos produtos das abelhas, constatou-se uma maior frequência de trabalhos apresentados sobre análises de qualidade dos produtos, desenvolvimento de novos métodos para detecção de contaminantes, detecção de fraudes no mel, detecção de resíduos de elementos químicos, antibióticos,, fungicidas, acaricidas etc. , fato que demonstra claramente que existe uma preocupação cada vez maior no controle de qualidade dos produtos das abelhas. Destaca-se também a ênfase na procura, cada vez maior, de méis monoflorais de alta pureza, produtos apícolas orgânicos, etc.

Vista parcial da ApiExpo 2003
Vista parcial da ApiExpo 2003
Vista parcial da ApiExpo 2003
Vista parcial da ApiExpo 2003

Finalmente , quanto a Exposição de Produtos e Materiais apícolas na EXPO-APIS, constatamos que vem aumentando consideravelmente a diversificação dos produtos das abelhas, cosméticos, artesanatos a base de cera, vários tipos de hidro-meis e cervejas de mel, doces e confeitos a base de produtos apícolas, cosméticos, medicamentos feitos contendo própolis, geléia real, veneno de abelhas , vestuários, novos implementos e materiais apícolas feitos com aço inoxidável, fibra de vidro etc., favos produzidos com rezinas, acrilicos, plásticos etc. e principalmente equipamentos apícolas (Centrífugas, decantadores, desumidificadores, desoperculadores, guindastes informatizados (pallets) , carros para transporte de colmeias, etc.) de alta qualidade e dotados de sensores eletrônicos informatizados que permitem um uso mais adequado dos equipamentos para evitar o desperdício e propiciar uma melhor qualidade dos produtos trabalhados. É evidente que a apicultura em todos os países desenvolvidos vem passando por um processo de modernização no sentido de atender cada vez melhor o exigente mercado de produtos apícolas e seus derivados, sendo importante que os brasileiros se adaptem a essas exigências de qualidade, higiene e apresentação dos produtos para poderem competir tanto no mercado nacional como internacional.

Os próximos Congressos da Apimondia serão em 2005 na Irlanda e em 2007 na Australia.
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