MELIPONICULTURA

PROJETO IRAQUARA
Promovendo a "Arte de Manejar Abelhas Indígenas Sem Ferrão" na Região Amazônica.

INTRODUÇÃO:

A criação de abelhas indígenas sem ferrão (meliponicultura) de produção e comercialização de mel na região Amazônica ainda é uma atividade sem referências, porém, a região oferece condições ecológicas perfeitas com suas florestas conservadas e clima muito favorável para a implementação de projetos com as nossas abelhas indígenas sem ferrão. A meliponicultura é uma atividade sustentável. Ela é ecologicamente correta, pois, as abelhas são partes integrantes do nosso ecossistema e da biodiversidade mundial e criar estas abelhas significa atuar em sua preservação. Economicamente viável, pois o mel produzido pelas abelhas nativas é diferenciado e tem mercado garantido. E socialmente justo, pois os beneficiários serão as populações do interior do Amazonas que por tradição e vocação já criam estas abelhas.

A IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS NATIVAS E SEU USO TRADICIONAL:

As abelhas são os polinizadores principais de 30 a 95% das espécies de árvores. Importante estudo realizado em uma determinada área da floresta do rio Tapajós comprova que se retiradas as abelhas nativas, 14% de espécies de árvores desaparecem em 5 gerações, mostrando o auto grau de interação entre arvores e abelhas (Kerr, informação pessoal). Tradicionalmente o mel de abelhas nativas representa uma alternativa de renda para as populações do interior do Amazonas. Algumas garrafas de mel vendidas proporcionam a compra de materiais e alimentação, garantindo parte do sustento das famílias. O mel também é utilizado no preparo de fórmulas medicinais tradicionais.

O PROJETO IRAQUARA POTENCIALIZANDO A MELIPONICULTURA:

Como forma de utilização e preservação dos recursos naturais, está sendo estabelecido um programa de conscientização sobre a importância da MELIPONICULTURA - "Arte de Manejar Abelhas Indígenas Sem Ferrão" - que está sendo incentivada de forma participativa junto aos moradores organizados do município de Boa Vista do Ramos (BVR) - AM, que conta com um importante sistema de gestão participativa, onde a prefeitura e seus parceiros reúnem-se mensalmente com as lideranças comunitárias, para decidirem as ações prioritárias para o desenvolvimento local e dentro deste conceito, encontra-se o Projeto Iraquara como importante ação geradora de renda alternativa e acreditamos muito seriamente que esta deve ser uma atividade para transpor a esfera municipal e alcançar o nível regional.

A MELIPONICULTURA E SEU POTENCIAL ECONÔMICO:

Para se ter uma idéia do potencial comercial da meliponicultura, podemos citar que, um grupo de 50 colméias de abelhas nativas produzem em média (para mais ou para menos, dependendo da florada) 3 quilos de mel por colméia, totalizando 150 quilos de mel de abelhas nativas ao ano. Este mel diferenciado em seu sabor, aroma, consistência, coloração e propriedades medicinais e alimentares já comprovados por exames físico-químicos, pode alcançar o valor mínimo de R$ 35,00 e máximo de R$ 70,00 por cada quilo, dependendo da região onde este mel é produzido, segundo a bolsa de produto das abelhas nativas do jornal "Eymba Acuay" edição de fevereiro de 2001. A produção estimada de 150 quilos de mel, vendido a R$ 35,00 o quilo, teremos um total de R$ 5.250,00 o que representa uma renda de aproximadamente R$ 437,00 por mês ou, mais que o dobro do nosso salário mínimo atual de R$ 200,00. Importante ressaltar que após a colheita do mel pode-se multiplicar novamente as colônias, ou seja, estaremos multiplicando o número de colméias a produção de mel e a renda anual.

VIABILIDADE DA MELIPONICULTURA:

A construção do meliponário (local onde são instaladas as colmeias) para a criação das abelhas nativas, utiliza basicamente material regional e como estas abelhas não possuem ferrão, podem ser manejadas por qualquer pessoa, sem oferecer qualquer tipo de risco, como ferroadas por exemplo. As técnicas de manejo são extremamente simples, o esforço gasto para se manejar 50 colmeias é de aproximadamente 10 horas por semana utilizando a mão de obra familiar, sem a necessidade da assistência de um técnico permanente. Os sub produtos, neste caso o mel, pólen e cerume, podem alcançar uma valorização expressiva no mercado, pelo seu alto valor nutritivo, por sua utilização medicinal, pelo sabor característico e por limitações de áreas específicas (as florestas primárias) para a produção de mel e pólen, que o transformam em um produto raro e quase exclusivo.

SUSTENTABILIDADE DO PROJETO IRAQUARA:

Atualmente o Projeto Iraquara está trabalhando na ampliação do Banco de Matrizes, junto com a capacitação dos moradores. Os resultados mostram que para 2003 teremos um total de 80 famílias meliponicultoras entre as que já possuem as suas próprias colméias e as famílias contempladas pelo Projeto Iraquara, estimando uma produção de 1.500 quilos de mel e a partir deste momento criar uma "independência financeira e participativa", com os setores; industrial, governamental, social, empresarial e não governamental que irão administrar os rumos do Projeto Iraquara.

O BANCO DE MATRIZES:

O Projeto Iraquara desenvolveu tecnologia e técnicas adaptáveis para a realidade da nossa população e da nossa região, onde podemos reproduzir muito facilmente as colônias de abelhas nativas por duas ou três vezes ao ano, conforme o grau de manejo aplicado. Então, dependendo da demanda, serão desenvolvidos os "Bancos de Matrizes" capazes de subsidiar colmeias de abelhas nativas sem custo inicial, promovendo com que os beneficiários, neste caso a população do interior do estado, tenha a oportunidade de iniciar uma atividade geradora de renda sem sacrifícios financeiros.

INFRAESTRUTURA DE PRODUÇÃO:

Será necessário que em cada localidade ou município (dependendo da demanda) onde a meliponicultura estiver implantada, conte com estruturas físicas e de apoio ao processo produtivo, isto é a coleta, beneficiamento, industrialização e comercialização. Um pequeno parque industrial, com salas para beneficiamento do mel e seu envase, laboratório para o controle de qualidade e escritório de comercialização devem fazer parte desta estrutura e cuidará para que o mel, produzido pelas famílias do interior do Estado do Amazonas possa entrar como produto coletado e sair em forma de renda alternativa, já com a sua comercialização garantida.

OS BENEFICIÁRIOS:

Pequenos produtores agroextrativistas, de BVR. · Empresas, associações e entidades comunitárias, que poderão ter acesso à demanda por produtos naturais da Amazônia e a mecanismos de financiamento, crédito ou investimento. · Setor público, que contará com informações sistemáticas, providas pela instituição proponente, de fundamental importância para a aplicação de políticas públicas de desenvolvimento sustentável na região. · Empresas e instituições de fomento financeiro e técnico, que contarão com subsídios para direcionar seus programas de investimentos e crédito para projetos produtivos viáveis econômico, ecológico e social. · Empresas nacionais e internacionais, que estarão diversificando a oferta de novos produtos ao mercado. · A biodiversidade, que estará protegida por meio do seu uso sustentável.

OBJETIVO GERAL DO PROJETO IRAQUARA:

A Meliponicultura colaborando com a melhoria do bem estar social e ambiental na Região Amazônica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PROJETO IRAQUARA:

Promover a meliponicultura por meio de divulgação. · Capacitar e formar agentes multiplicadores. · Dar continuidade ao programa de reprodução controlada de colônias de abelhas nativas, para a montagem de novos meliponários matrizes. · Produção e comercialização de mel de abelhas nativas pelos moradores envolvidos com a meliponicultura. · Identificar novas parcerias e manter as atuais, que garantam a continuidade do Programa de Meliponicultura.

A CONTRAPARTIDA DO PROJETO IRAQUARA:

Parcerias estão sendo identificadas para garantir a continuidade dos trabalhos e atualmente estamos estabelecendo contatos com o setor empresarial, visando conscientiza-los sobre a importância de apoiar os "pequenos grandes" projetos sociais, produtivos e viáveis economicamente, junto ao maior número possível de famílias carentes. Parte dos materiais, equipamentos, captação de recursos e gerenciamento dos mesmos são provenientes de amigos e parceiros que garantem a continuidade do Projeto Iraquara. A FVA (Fundação Vitória Amazônica), Imaflora, OELA (Oficina Escola de Lutheria da Amazônia), INPA (Instituto de Pesquisas da Amazônia), EAFM (Escola Agrotécnica Federal de Manaus), Agro Ambiental Ltda., Fundação Novib (Instituição da Holanda), PMBVR (Prefeitura Municipal de Boa Vista do Ramos), Associações de BVR, Fundação AVINA e Comunidades organizadas de BVR, são os principais parceiros do Projeto Iraquara.

VOCÊ TAMBÉM PODE COLABORAR:

Faça parte deste grupo de amigos e colabore com o bem estar social e ambiental na Região Amazônica.
Projeto Iraquara
Coordenação: Fernando Oliveira
Rua Marechal Dutra, 218
Boa Vista do Ramos - AM
CEP 69195-000
Fone: (92) 9139.2619 (Sede Iraquara)
E-mail - fernando@projetoiraquara.com.br
www.projetoiraquara.com.br