Abelhas Nativas

Curiosidades em Meliponicultura
Texto: Waldemar Ribas Monteiro Dep.Abelhas Indígenas da APACAME.


   Relato segundo Pedro Cappas, Pesquisador e Meliponicultor português sobre a Scaptotrigona Mexicana. Perguntado que foi; responde:

Uma dúvida ainda resta sobre a Scaptotrigona mexicana: essa espécie constrói tubo de entrada e é tão agressiva quanto a nossa Scaptotrigona bipunctata (tubuna)?

Constroem o tubo em forma de trombeta como nossa Scaptotrigona bipunctata?.

Nos Meliponários Astecas as trombetas ficam todas alinhadas e bem perto uma das outras. Em linha reta de 25cm a 25cm temos uma trombeta. Estas são também agressivas, mas dentro da mesma espécie existem umas mais agressivas que outras. As do centro do México parecem ser menos agressivas que as do Sul. O mestre Paulo Nogueira Neto pensando que as Scaptotrigonas dos Astecas tinham a mesma agressividade que as do Brasil, levou o seu véu. Mas quase não teve serventia.

No Meliponário astecas, elas são muito mansas, pois estão habituadas as pessoas da casa.

Podemos facilmente andar entre as 500 colônias sem problema algum. Mesmo que tudo fique escuro de abelhas voando. O Meliponicultor pode abrir a colméia e mexer em tudo que as abelhas não lhe mordem, mas o mesmo já não se passa com os estranhos.

Quando o Meliponicultor abriu a colméia eu e o Paulo ficamos cheios de abelhas que nos tentavam morder, mas o meliponicultor não tinha uma só em cima dele. O mesmo acontece quando lhe tiram o mel. Os astecas têm técnicas muito evoluídas para lidar com suas abelhas, pois conseguem saber se a rainha esta bem só com o ouvido Eles reconhecem o som da rainha, das demais abelhas. Assim para saber se tudo está bem não é necessário abrir a colméia, basta escutar na trombeta, a música das abelhas.

Alem disso sabem, fazer subir as rainhas mães. Eu fiquei bastante abismado quando vi essa técnica. Nós os evoluídos temos que procurar a rainha mãe nas construções, eles não, a rainha é que vai ter com eles. Estas duas técnicas são muito antigas, pois o Meliponicultor aprendeu isso com os velhos sábios.

Aliás, em se tratando de trigonini muito agressivos, não podemos optar por manejá-los durante a noite? Essa técnica é recomendável? Penso que essa técnica não é muito recomendável, pois nós não podemos ver bem de noite. As abelhas podem até estar mais calmas o que é muito bom para os inimigos delas.

Por exemplo, os forídeos atacam bem de noite.

Se tiver poucas colônias faça-as ficarem mansas, para consigo, dando-lhes pedacinhos de cerume e xarope com seu odor. Assim elas o reconhecerão e serão mais dóceis com o amigo. Pedro Cappas.

Abelha Lambe Olho Trigona duckei
Texto: Waldemar Ribas Monteiro[Conservacionista]Membro do Dep. de Abelhas Indígenas Sem Ferrão da " APACAME "

Inseto himenóptero da familia dos Meliponídeos; é uma minúscula abelha, do mesmo gênero da abelha jataí(gênero trigona). Também chamada de "Lambe papo", é tida como a menor abelha do mundo; mede cerca de 1,75mm de comprimento. É uma abelha social, pertence á tribo dos trigonini, portanto constrói realeiras para criar novas rainhas.

Como a maioria dos meliponini; constrói seus ninhos em oco de árvores, e cujas células de incubação são isoladas.

As colônias são pouco populosas, mais também exerce um importante trabalho de polinização nas plantas nativas.

Possui o ferrão atrófico, (Que não se desenvolveu), portanto são incapazes de picar, mas a forma de se defender é bastante conhecida; procuram os olhos das pessoas a fim de lamber a secreção que umedece o globo ocular.

É uma verdadeira irritação como corpo estranho nos olhos, e ainda desprende uma secreção ácida; penso que, este comportamento é uma forma de conseguir cloreto de sódio (sal) (ions) que está presente na secreção lacrimal.

Quem não a conhecer bem, e tentar captura-la ou matá-la com os dedos, provocará a sua entrada nos olhos.

Isso causará acentuada irritação, motivada pela secreção ácida que expele. Em regiões onde são muito numerosas, as pessoas, recém-chegadas, costumam ficar com os olhos inchados e vermelhos em conseqüência ao comportamento incômodo dessas abelhas.

O hábito de lamber a secreção lacrimal e o suor das pessoas e animais concorre para a transmissão de micoses.

Onde encontrá-las:
Ocorre com abundância na Amazônia, sobretudo na faixa de transição com o cerrado do Brasil Central.

MEL:
As quantidades armazenadas em seus ninhos são ínfimas e desprezíveis devido ao hábito sujo mencionado. ..

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