A miopia da maioria das pessoas costuma espantar-me. Tenho muitos conhecidos que se sentem diariamente obcecados pela educação de seus filhos, qual o melhor jardim de infância, se devem preferir escolas particulares ou públicas, quais os melhores cursos pré-vestibulares, maximizando a importância das notas obtidas e das atividades extracurriculares de modo a conseguirem matricular o filho naquele colégio, naquela universidade, ad infinitum. Depois começam o mesmo ciclo em relação aos netos.

    Essas pessoas acham que este mundo está imobilizado no tempo e que o futuro será uma reprodução do presente.

    Se continuarmos a derrubar as nossas florestas e destruir as nossas fontes de oxigênio, o que essas crianças estarão respirando daqui a vinte ou trinta anos? Se envenenarmos nossos sistemas hidráulicos e nossos ciclos de alimentos, o que elas irão comer? Se continuarmos cegamente a produzir fluorcarbonetos e outros detritos orgânicos e a destruir a camada de ozônio, poderão elas viver ao ar livre? Se superaquecermos o planeta mediante algum efeito estufa, fazendo subir o nível dos oceanos, e inundarmos as nossas praias e exercermos pressão excessiva  sobre as falhas oceânicas e continentais, onde elas irão viver? E os filhos e netos, na China, na África, na Austrália e no resto do mundo, serão igualmente vulneráveis, pois também vivem neste planeta.

    Portanto, porque toda esta preocupação com vestibulares e universidades quando talvez não exista um mundo para os nossos descendentes?

    As linhas acima eu as transcrevi das páginas 76 e 77 do livro “Só o Amor é Real” de Brian Weiss, Salamandra, 1996, pois achei que guardar esse precioso conteúdo de mensagem ecológica seria egoísmo de minha parte.

    Achei que quanto mais pessoas lerem, meditarem, transmitirem e aplicarem na prática aqueles ensinamentos seria bom para o futuro de nosso planeta.

    Houve tempo em que, em nome do progresso, e por desconhecimento das conseqüências nocivas ao meio ambiente, tudo o que nos foram dados, pela sabedoria do Excelso, foram sendo destruídos, sem nenhuma consciência de que estávamos destruindo o nosso hábitat e a sobrevivência de todos os seres vivos.

    Preocupamos hoje tanto com o bem-estar de nossos filhos, de nossos netos, no entanto continuamos a destruir por lucro fácil e imediato, com venda de egoísmo nos olhos, o pouco que resta de nossas florestas, a destruir as nossas fontes de oxigênio, a envenenar e secar os rios, a destruir paulatinamente os oceanos, a destruir a camada de ozônio, a provocar o efeito estufa que faz subir o nível dos oceanos pelo derretimento das geleiras, a destruir tudo o que serão de nossos descendentes, se eles sobreviverem.

    Deixemos de ser meros espectadores, assistindo o fim do nosso planeta comodamente instalados na nossa pequenez.

    Não joguem lixo nas vias públicas, mesmo que sejam pequenas pontas de cigarros, pois há milhões de fumantes, a maior parte das pontas irão para o leito dos rios. Protejam as minas de água, conservando e incrementando a vegetação nativa de seus entornos. Conservem e ajudem a reflorestar as matas ciliares. Não façam do rio o canal escoador de esgotos.Plantem árvores onde puderem; produzam e distribuam mudas. Ensinem a cuidarem das plantas e a não queimarem tudo. Ao usem produtos nocivos ao meio ambiente. Protejam os seres vivos, até os microscópicos.

    Já é tempo de todos os governantes se preocuparem mais com os problemas do lixo, com o lançamento de esgotos sem tratamento nos rios, com a poluição dos oceanos, com o plantio de mais árvores em áreas públicas, com a fiscalização de indústrias e outros que poluem as águas e a atmosfera, com as queimadas nas áreas de preservação ecológica, com as caças e pescas predatórias e , por fim, com todos os outros problemas de natureza ecológica.

    Que os dias comemorativos às árvores e ao meio ambiente, não sejam apenas para festividades de  “ faz de conta” e de falatórios estéreis, sem quase nenhum conteúdo efetivo e prático. Que todos os dias do ano sejam o dia do meio ambiente.

    Que todos os homens públicos façam sua parte e todos nós façamos a nossa.

    Enfim, façam, protejam e ensinem tudo em prol da saúde do Planeta de nossos descendentes.