Editorial

SE FICAR O BICHO COME, SE CORRER O BICHO PEGA



    Com a suspensão temporária da importação do mel procedente da China, imposta pela Comissão Européia; com a sobretaxa aplicada ao mel argentino, pelos Estados Unidos; com a desvalorização do Real, os olhos dos importadores voltaram-se para o Brasil e, desde o ano passado, a Apicultura Brasileira experimenta uma nova fase: Fantástico, agora somos exportadores de mel!!

    O Ministério da Agricultura está contente, pois os números das exportações aumentaram.

    Os exportadores brasileiros, nem falar, nunca faturaram tanto.

    E a Apicultura? Bem, a apicultura continua relegada a um plano inferior, sem nenhum apoio.

    E o Apicultor? Bem, o apicultor, com exceção de alguns que estão próximos aos grandes centros, estão a mingua.

    E os Entrepostos? Bem, coitados, vão fechar por falta de matéria prima, pois a pouca produção de mel brasileiro está sendo vendido para os entrepostos europeus e americanos.

    Mais uma vez, iludidos pelo rótulo de “EXPORTADOR DE MEL”, já que antes o carro chefe era a Própolis, estão mandando embora todo o nosso mel, sem nenhum critério. O mercado interno já se ressente da falta de produto. O preço já explodiu.

    Logo, logo, a China e a Argentina irão se recompor e o mel brasileiro vai sobrar nas mãos dos apicultores porque os entrepostos foram buscar outras fontes de fornecedores e aí o ciclo se repete: o apicultor abandona a atividade porque não vende o mel.

    Essa é a política apícola brasileira se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

    Um feliz Dia do Apicultor – 22 de maio.


 
 
 
Constantino Zara Filho - Presidente Executivo

 

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