Artigo
 


Colmeias Térmicas Züge-Aidar para meliponíneos
(Hymenoptara, Apidae, Meliponinae)
 

Züge, Pedro Valmir. Av. Cascata, 227, Centro, Boqueirão do Leão, RS, Cep. 95920-000, e-mail zuge@bewnet.com.br
Aidar, Davi Said. Meliponicultura e Apicultura. Rua José da Silva, 868, Jdm. Paulista, Cep. 14090-040, Ribeirão Preto, SP, e-mail aidar95@usp.br


     Assim como as galinhas chocam os seus ovos para o desenvolvimento do embrião até pintinho, as larvas das abelhas também necessitam de temperatura constante para o seu desenvolvimento. Cada espécie de abelha tem a temperatura interna do ninho controlada pelo próprio metabolismo individual (abelha) e do grupo de abelhas (colônia).

    A temperatura ótima para o desenvolvimento das larvas de abelhas está em torno de 28 a 34oC. Sendo a temperatura ambiente variável, as abelhas gastam energia consumindo mel, pólen e água para manter a temperatura das crias constante. O meliponicultor oferecendo esta temperatura constante, as abelhas consumirão menos alimento para manter a temperatura dos filhotes, produzindo mais mel.

    As colmeias Züge-Aidar vêm contribuir para atender esta necessidade, principalmente nas regiões com invernos mais rigorosos como o sul do país.

    O desenho ilustra o sistema de aquecimento das colmeias Züge-Aidar. A resistência para o aquecimento é representada pela barra preta que faz o perímetro interno da caixa e é ligada ao controle eletrônico. Uma tábua fina de 5cm de largura e 0,5 cm de espessura é pregada em cima dessa resistência para não haver contato direto com as abelhas. O sensor de temperatura pode ser instalado numa das paredes da caixa ou ficar solto no meio da caixa. O controlador eletrônico pode ser dimensionado para controlar várias caixas, desde que sejam todas iguais. Apenas uma caixa terá o sensor térmico, as outras caixas estarão ligadas à esta. O potenciômetro ajusta a temperatura. Existe ainda, um display luminoso que mostra a temperatura exata dentro da caixa mestra. A instalação do controlador pode ser dentro de casa, pois será necessário apenas puxar um fio até o local das caixas. Não existe risco de choque elétrico porquê o sistema é isolado por transformador e funciona até com bateria de 12 volts.

    A economia e o rendimento termoelétrico deste sistema é eficiente, com um consumo de 120Watts, equivalente a duas lâmpadas comuns, pode-se controlar até 10 colmeias de meliponíneos. O controlador pode ser usado como termômetro eletrônico, basta desconectar a resistência e instalar o sensor no lugar onde queremos monitorar a temperatura.

    É interessante notar que após alguns dias as abelhas constróem um túnel de cera em torno das tábuas que cobrem a resistência. Conseguem com isto, conduzir o calor emitido pela resistência para dentro do invólucro do ninho.

    As melíponas apresentam desenvolvimento precoce quando acondicionadas em colmeias térmicas. Conseguimos reduzir em até 3 meses o tempo para uma colmeia chegar a ser dividida novamente. A bibliografia recomendada neste artigo é muito importante para que o meliponicultor se intere mais sobre o desenvolvimento de colônias recém formadas.

 

A B
FIGURA 1. Esquema da gaveta inferior da colmeia (A) mostrando a resistência, o sensor de temperatura e as saídas para o controlador eletrônico (B). A colmeia poderá ter quantas gavetas forem necessárias, conforme o tamanho da colônia de abelhas (Desenho de Valmir Pedro Züge).
 



LITERATURA RECOMENDADA

AIDAR, DAVI SAID (1996). A Mandaçaia: Biologia de abelhas, manejo e multiplicação artificial de colônias de Melípona quadrifasciata Lep. (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Série Monografias 4. Braz. J. Genetics 104p, il.

Nogueira-Neto, Paulo (1997). Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. Ed. Nogueirapis, São Paulo, SP, 445p, il.

Kerr, Warwick Estevam (1996). Biologia e manejo da tiúba: a abelha do Maranhão. EDUFMA. São Luís, MA, 156p, il.


 
 

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