Resumos
 
 
DOSAGEM DE QUERCETINA EM PRÓPOLIS
 
MATTOS, L. M.(1); MAIA, A.B.R.A. (2); NELSON, D. L.(1)  -
Park, M. Ikegaki,
(1) Depto. de Alimentos da Faculdade de Farmácia da UFMG ; (2) LABM Pesquisa e Consultoria – B. Horizonte – MG.
Trabalho premiado em 2º lugar no Simpósio Brasileiro sobre Própolis e Apiterápicos.

OBJETIVO

        Um dos principais parâmetros para a avaliação da qualidade da própolis é o seu teor de flavonóides e nesta classe, de modo especial, o de quercetina. Contudo, a análise espectrofotométrica rotineira (após complexação com o íon alumínio e leitura em 415 nm) usualmente não demonstra valores expressivos para os teores de flavonóides na própolis brasileira, que justifiquem sua grande valorização no mercado internacional, onde tem sido considerada a melhor do mundo. Neste trabalho foram investigados os teores de quercetina em amostras de própolis do Paraná e de Minas Gerais (Brumadinho), usando a técnica de cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE).

MATERIAIS E MÉTODOS

        Após homogeneização de uma amostra, com cerca de 500 g de própolis cada uma, foram retiradas alíquotas de 30-40 g, com as quais se prepararam extratos em etanol a 95% , com concentrações entre 30 e 40%.  Alíquotas de 9,0 mL dos  extratos obtidos  foram adicionadas  de 1,0 mL de HCl 2,0 eq/L e mantidas sob refluxo durante 60 minutos. Em seguida foram aquecidas sob agitação para retornar ao volume original da amostra, resfriadas e filtradas.  Os extratos hidrolisados foram submetidos a exame cromatográfico nas mesmas condições das amostras que não sofreram hidrólise, usando detector de UV (290 nm), coluna de fase reversa Lichrosorb 250/4,6 mm, temperatura 25oC, eluente água-etanol-ácido acético (400:565:35), vazão 1,5 mL/min, volume de amostra (loop) 20 mL. As análises foram precedidas da elaboração da curva-padrão para a quercetina aglicona.

RESULTADOS E CONCLUSÕES

        O tempo de retenção da quercetina aglicona nas condições dos testes efetuados foi de 2,5 ± 0,1 min.   A equação da curva-padrão foi y = 115071 x, (em que x = concentração em mg/mL e y = área do pico). O extrato da  própolis de Brumadinho apresentou picos característicos da quercetina com áreas relativas de 4,5 e 10,6% antes e depois da hidrólise ácida, respectivamente. No extrato da própolis do Paraná, as proporções de quercetina indicadas pelas áreas relativas dos picos foram bem mais altas: 51,8 e 57,3% antes e depois,  respectivamente. Levando os valores das áreas dos picos da quercetina na  curva-padrão, concluiu-se que os teores máximos (ou seja, após hidrólise ácida) evidenciados pela técnica empregada em CLAE, foram de 5,8 g/100 g na própolis de Brumadinho e 3,4 g/100 g na própolis do Paraná. Tais valores parecem coerentes com a grande valorização da própolis brasileira no mercado internacional.

        Contudo, são bem superiores aos usualmente obtidos pela técnica espectrofotométrica no visível. Para esclarecer esta distorção, estamos ajustando a técnica de cromatografia preparativa, com o objetivo de separar frações dos componentes fenólicos presentes na própolis. Pretende-se submeter as frações obtidas tanto a análises espectrofotométricas (no visível e no UV)  como à CLAE  acoplada ao DAD (diode array detector). Desta forma, poderemos definir uma técnica realmente confiável para a quantificação de quercetina e estruturas correlatas em própolis.

        Projeto financiado pela LABM Pesquisa e Consultoria; CAPES e CNPq.
 

 
 
 

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