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A APACAME NO PARQUE INDIGENA DO XINGÚ

Relatório da viagem que o nosso companheiro Dr. Mário Isao Otsuka empreendeu ao Parque Indígena do Xingú, dando continuidade ao trabalho de implantação de projeto de apicultura naquele Parque.

    Nas planuras do Parque, corre manso e majestoso o Rio Xingú. E lá na longínqua paragem, na imensidão da floresta, em paz os nativos irmãos.

    Lá se ouvem doces zumbidos, de milhares de abelhas voando, no doce reino das flores. São ainda poucas as colmeias, bem nós sabemos, mas já se colheu centrifugado o dourado mel. A quantidade foi pouca, mas, o importante é acreditar que, um dia, muito poderá ser colhido. E para essa louvada tarefa, o esforço tenaz do amigo Wemerson Ballester com certeza será reconhecido.

    Dando continuidade ao trabalho de implantação de apicultura, iniciado em junho/96 (Mensagem Doce n. 38, SET/96), estivemos novamente no Parque Indígena do Xingú, ao norte do Estado de Mato Grosso, no período de 24/10/98 a 04/11/98.

    A nossa viagem foi mais uma vez patrocinada pelo Instituto Sociambiental - ISA (ONG), que é o responsável pelo projeto, e visou desta feita o ensinamento prático para o aprimoramento de técnicos apícolas aos irmãos índios daquele Parque,para maior produção de mel.

    Na aldeia RIKÔ (Suya) onde implantamos, na viagem anterior, 4 colmeias primeiras já contavam com 9 colmeias que produziram apenas 4 melgueiras das quais resultaram 53kg de mel, o primeiro mel centrifugado do Parque.

    A nosso ver se as melgueiras tivessem sido colocadas um pouco mais de antecedência, com certeza, teríamos colhido pelo menos 8 melgueiras.

    Inaugurando a Casa do Mel, de alvenaria e madeira, bem construída com água corrente abastecida com uma  bomba manual, foram ensinadas as técnicas de desoperculação, centrifugação, decantação e envase do mel, dando ênfase às noções de higiene.

    Como o pasto apícola está na copa das árvores da floresta, o acompanhamento da florada deverá ser feita unicamente através da observação das melgueiras.

    Acreditamos que na safra deste ano a colheita será bem maior, porque os índios têm assimilado bem a necessidade da troca de favos velhos e da rainha periodicamente, bem como a colocação da melgueira em tempo hábil.
Além da aldeia RIKÔ (Suyá) estivemos visitando as aldeias abaixo onde existem de 1 a 3 colmeias: NGO SÔKO (Suyá), Maracá, Cururu, Tuyararé, Guaruya, Kwaturá, Capivara (todas da tribo KAIABI) , Pesquisal (Kaiabi/Suyá/Juruna) e o Posto Dianarun.

    O tempo despendido para a visita a essas localidades foi de cerca de 20 horas de barco, o que representou cerca de 400 km de rios.

    Foram seguintes os que fizeram o curso na aldeia RIKÔ: KOKOYATENI SUYÁ, TEMAKATI SUYÁ, YAKONHOGRATÍ SUYÁ, YAIKÚ SUYÁ, WASSIRIT SUYÁ, KOKOSAINGRÁ SUYÁ, ASSALÚ WAURÁ, KATEKÁ TAPAYUNA, MARAYÁ KAIABÍ, PINAWI KAIABÍ, PIPALÁ KAIABÍ, WAREAIUPI KAIABÍ, YAMUT KAIABÍ E APÁ TXICÃO.

    Agradecemos ao Sr. André Villas Boas por mais esta oportunidade, ao Sr. Geraldo M. Silva e sua esposa Sra. Simone Athayde pela belíssima acolhida no Parque e ao Sr. Wemerson Ballester que me acompanhou e é o responsável direto pelo crescimento da apicultura no Parque (todos do ISA).
 

 

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