Notícia
 

 ASPECTOS DA APICULTURA NO PERU - II

Prof. César Palomino Tinco - Eng. Zoot.
Univ. Nacional San Antonio Abad del Cusco - Peru.
 

    Na serra da região Inka, em resumo, e sob o ponto de vista apícola, podemos distinguir três níveis ecológicos bem demarcados; 800 a 1.500 metros sobre o nível do mar; 1.500 a 2.500 m.s.n.m. e 2.500 a 3.500 m.s.n.m.. Obviamente, localidades com distintos comportamentos climáticos e de flora apícola. Na zona da serra e em alguns vales interandinos, praticamente a colheita terminou na primeira quinzena de março/98, devido ao frio brusco e muito rigoroso, que prejudicou bastante, sendo este comportamento do clima muito raro, possivelmente devido ao “El Niño”; algumas zonas sofreram sêca desde março, em decorrência as colheitas não foram boas ( 10 a 15 kg./colmeia), devido  a falta  de chuvas no final da temporada de floração.

    Entretanto, em outros vales e localidades de microclima especial, tiveram colheita aceitável (20 a 25 kg.), muitos apicultores com alguma experiência superaram estas cifras. Destes dados podemos tirar algumas conclusões: São tantas e variadas as mudanças climáticas nos últimos anos, que é importante a experiência e preparação do apicultor, para aproveitar as intempéries para proveito próprio. Cabe ressaltar que com maior experiência e dedicação, melhores são os rendimentos.

    Com respeito a colheita de pólen em nosso meio, ela é muito incipiente, são poucos os apicultores que conseguem colher alguma coisa apesar da flora abundante em períodos muito curtos.

    Sobre os núcleos formados em novembro, dezembro de 97 e janeiro de 98 na nossa zona, prosperaram muito bem e ainda renderam alguma colheita, obviamente com o auxilio de alimentação artificial.

    Na zona tropical da região ( Quillabamba - La Convención), entre 800 e 1.500 m.s.n.m. a temporada de colheita começou em junho 98 e se apresenta com bons resultados. Temos observado a falta de lâminas de cera alveolada na região norte e centro do país, devido a implantação de projetos ambiciosos de fomento apícola financiados pelo Banco Mundial (100 mil colmeias a nível nacional), como apoio às zonas devastadas pelo fenômeno  “El Niño” .

    Esperando que este informe reflita de algum modo a problemática da minha região, aproveito a oportunidade para saudar a todos os apicultores e desejar-lhes que continuem com esta nobre tarefa de fomentar a conservação do nosso Meio Ambiente, ATRAVÉS DA PRÁTICA APÍCOLA.

 

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