Abelhas Nativas
 
 

 MELIPONICULTURA

( CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO)

 
Waldemar Ribas Monteiro, conservacionista, membro do Departamento de Abelhas Indígenas da APACAME

    Na edição próxima passada, falamos da transferência de ninho e cuidados preliminares. Nesta edição, trataremos do manejo da colmeia no meliponário ( Revisões).

    Começaremos falando sobre as inspeções que devemos fazer periodicamente no meliponário. Deixar as abelhas entregues aos seus próprios cuidados é praticamente impossível de fazer meliponicultura. Um simples fato não verificado poderá acarretar perda total de um enxame, principalmente no que concerne à conservação das colmeias que devem estar em bom estado e protegidas do sol e chuva, fatores que interferem no bom andamento do meliponário e na saúde das abelhas.

    Um manejo adequado, com observações, e revisões periódicas, nos trará sucesso e satisfação. Essas revisões devem ser feitas em épocas certas e com muito critério e não com muita frequência. O ideal será  fazer revisões quinzenais evitando manter as colmeias abertas muito tempo, principalmente em estações muito quente ou muito fria o que ocasionaria a morte das crias.

    O que devemos observar na região dos ninhos?
    Com tempo de duração mínima, devemos observar:
    1 - A presença de rainhas virgens ( princesas).
    2 - A presença de rainha fecundada ( fisográstica).
    3 - O número de favos e seu diâmetro.
    4 - A presença de células reais, isto nos trigoninis.
    5 - A presença de células de aprisionamento.
    6 - O número de células em construção.
    7 - O desgaste alar da rainha.

    O que devemos observar na região dos potes?
    Na região dos potes devemos observar:
    1 - O número de potes com mel e vazios.
    2 - O número de potes com pólen.

    Ainda podemos verificar a existência na colmeia de:
    1 - Depósitos de própolis.
    2 - Depósitos de cera.
    3 - Parasitas e outros.

    Pois bem, todos esses dados que observamos, deverão ser anotados em uma ficha que futuramente nos dará condições de avaliar a evolução da família e sua potencialidade (vide modelo).

    Atenção especial devemos ter com o pasto meliponícola da região, devendo melhorá-lo com a introdução, na área do meliponário, de espécies de plantas que ofereçam néctar e pólen. Na falta destes elementos devemos nos preocupar com a alimentação artificial.

    Para facilitar e desenvolver bem o trabalho, devemos numerar as colmeias, assim teremos em mãos, uma real situação do nosso meliponário.

    Fazem parte do manejo, as revisões das colmeias durante o ano, antes e após as floradas; o movimento de entrada e saída das abelhas; observar a presença de inimigos interna e externamente e eliminá-los; fortalecer as famílias fracas; multiplicar os enxames fortes, através de divisões; na época de produção colocar melgueiras; no inverno devemos ter o máximo cuidado com os enxames reduzindo espaços para melhorar o aquecimento; colocar alimentador, fornecendo alimento para fortalecer e desenvolver as famílias.
 
 
 

MODELO DE FICHA PARA REVISÃO 
 
MELIPONÁRIO: 
  
 
DATA DA REVISÃO: RESPONSAVEL:
   
DADOS OBSERVADOS NA REVISÃO: COLMEIA NÚMERO:
   
Diâmetro dos favos   
Número de favos   
Presença de rainha fecundada   
Presença de rainha virgem   
Presença de células reais   
Presença de células de aprisionamento   
Número de células em construção   
Número de potes de mel   
Número de potes de pólen   
Número de potes vazios   
Existência de depósitos de própolis   
Existência de depósito de cera   
Existencia de parasitas   
Desgaste alar da rainha   
Ataque de Forídeos   
Outros   
 
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