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RAINHAS: PRODUÇÃO E SELEÇÃO

Etelvina Conceição Almeida da Silva 1
1 Bióloga, MSc e PhD. Apiário ETRON, Venda de Rainhas selecionadas e fecundadas. Fones (73) 3656-3939/4141-0111/8875-8860. ILHÉUS, BA. etelron@gmail.com

Produção ou criação de rainhas é um conjunto de técnicas criatórias direcionadas à obtenção de rainhas fecundadas no momento e na quantidade desejada pelo produtor. O número de rainhas desejadas depende dos objetivos da Universidade, empresa ou do produtor. Para a sua criação são necessárias colônias matrizes, recrias, núcleos de fecundação e colônias de apoio. Um criatório pequeno, para obtenção de poucas rainhas, poderá ser montado ao lado de colméias de produção; apenas os núcleos estarão em apiário de núcleos, individualizado.

Mas para obtenção de grande número de rainhas fecundadas, é necessário um apiário organizado para este fim, com segmentos de matrizes, recrias, colônias de apoio e núcleos, individualizados, embora na mesma área.

Colônias matrizes são aquelas cujas rainhas foram selecionadas (= escolhidas) para o fornecimento de larvas para as criações.

A atividade de produção de rainhas pode ou não constituir parte de um plano de melhoramento de abelhas. Quando a produção de rainhas é realizada pelo apicultor sem vinculação a um programa de melhoramento, as matrizes são obtidas em seu apiário. Neste caso, como não existem parâmetros raciais a serem considerados e não é controlada a genealogia do plantel, as escolhas das matrizes são baseadas em sua classificação, fundamentada no desempenho atual da rainha e sua colônia. Este método é denominado seleção massal.

POSSIBILIDADES PARA O APICULTOR

A seleção genealógica das abelhas deve ser praticada por pesquisadores científicos que, conhecedores dos métodos rigorosos e equipados com laboratórios especializados, podem empreender a tarefa longa, difícil e dispendiosa que é o melhoramento genético de uma espécie.

Contudo, o apicultor profissional ou o amador, detentor de sólidos conhecimentos biológicos e recursos, devem praticar a seleção e a criação, para obter rainhas jovens, no momento oportuno.

Por outro lado, deve -se considerar que a superioridade de uma colônia não reside somente nos cromossomas, mas também, em fatores biológicos e de nutrição. Assim, a abundância de geléia real recebida pela futura rainha, durante sua vida larval, provavelmente pese tanto como a herança genética. Outros fatores a considerar são os do ambiente e a população da colônia.

Observando suas colônias, uma a uma, o prático cuidará de distinguir as boas, para multiplicá-las. Este trabalho será facilitado se o criador mantiver um fichário individual das colméias.

Felizmente, o apicultor, com seus recursos próprios dispõe, para melhorar o rendimento das suas colônias, de manejos muito mais acessíveis que o melhoramento da espécie. Tais são, o combate às doenças e desequilíbrios ambientais, o fornecimento de alimentação complementar, a substituição de rainhas velhas, a renovação dos favos, a alimentação estimulante, a busca de locais favoráveis para as migrações e as práticas de manejo das colméias.

PRÁTICA DA SELEÇÃO MASSAL

No decorrer de uma florada identificaremos as colméias que mais se destacaram na produção de mel, por exemplo, porque quando uma colméia é boa produtora, logicamente sua rainha é prolifera, tendo alta capacidade de postura. Estas abelhas são resistentes a doenças e não enxamearam durante a florada.

Algumas destas colônias não se mostram excessivamente defensivas. Suas rainhas são desejáveis para serem usadas como matrizes em nosso plano de criação.

Do nosso estoque de abelhas, relacionamos as 10 colméias melhores produtoras, com rainhas mais velhas, para compor nosso banco de matrizes. Rainhas mais velhas que já tem as asas desgastadas e ainda mantém a capacidade de produção, se mostram mais adaptadas, mantendo vigorosas as suas famílias sob forte regime de produção.

Podemos também utilizar com menor intensidade rainhas novas. Porque rainhas novas têm maior probabilidade de serem boas produtoras. Estas "matrizes novas" podem constituir até 30% do nosso banco de matrizes.

Não criaremos zangões (selecionados ou não). Como as rainhas copulam preferencialmente com zangões oriundos da natureza ou de outros apiários utilizamos este comportamento para manter a variabilidade genética do nosso plantel e evitar os inconvenientes da consangüinidade.

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