Polinização

A Adaptação de Abelhas Sem Ferrão em Casas de Vegetação

Nunes-Silva, P.1; Witter, S.2; Imperatriz-Fonseca, V.L.3
1 Universidade Federal do Semi-Árido, patriciabiene@gmail.com
2 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, sidia-witter@fepagro.rs.gov.br
3 Universidade Federal do Semi-Árido, vlifonse@ufersa.edu.br 

Resumo:

Recentemente muitos estudos demonstraram a eficiência dos meliponíneos como polinizadores de culturas agrícolas como o morango, o tomate e a berinjela. No entanto, os métodos de introdução e manejo dessas abelhas nas plantações é um assunto pouco estudado. O cultivo pode ocorrer em casas de vegetação e nesse caso, a adaptação das abelhas ao confinamento é um fator que pode representar um desafio. O objetivo desse estudo foi avaliar a adaptação de colônias de abelhas sem ferrão em casas de vegetação. As seguintes introduções foram realizadas: Melipona fasciculata em casa de vegetação da EMBRAPA (Belém-PA; plantas cultivadas: tomate, berinjela, pimentão e pimenta) e da FFCLRP-USP (Ribeirão Preto-SP; planta cultivada: berinjela); Nannotrigona testaceicornis e Melipona quadrifasciata na casa de vegetação comercial da empresa Cultivar (Ribeirão Preto-SP; planta cultivada: tomate) e em casas de vegetação da FFCLRP-USP (Ribeirão Preto-SP; planta cultivada: tomate); Melipona marginata em confinamento feito com voal em uma plantação de tomate em campo aberto (Porto Alegre-RS). Na EMBRAPA, observamos que M. fasciculata visitou somente as flores de berinjela, mesmo havendo flores de outras espécies disponíveis, e o início do forrageamento ocorreu ao redor de duas semanas após a introdução da colônia. Já na FFCLRP, M. fasciculata começou a forragear nas flores de berinjela no quarto dia após a introdução. Nenhuma colônia de N. testaceicornis visitou as flores de tomate em nenhuma das estufas em um intervalo de 45 dias. A colônia de M. quadrifasciata introduzida na casa de vegetação da FFCLRP também não visitou as plantas nesse intervalo, porém, na estufa da empresa Cultivar, das quatro colônias introduzidas, apenas uma das colônias forrageou, sendo que o início das visitas às flores se iniciou somente após 20 dias da introdução. Entretanto, houve baixa atividade de forrageamento das colônias. M. marginata não começou a forragear nas flores de tomate após duas semanas de confinamento. Essas introduções mostraram que a adaptação das abelhas sem ferrão ao confinamento é possível, mas difícil. Futuros estudos precisam elucidar os fatores envolvidos nessa adaptação e a influência da atração das abelhas pelas diferentes espécies de plantas nesse processo.

Apoio: FAPESP.

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