Outros Assuntos

A Proteína do Alimento Larval de Melipona Subnitida

Nunes-Silva, P.1; Imperatriz-Fonseca, V.L.2
1 Universidade Federal do Semi-Árido, patriciabiene@gmail.com
2 Universidade Federal do Semi-Árido, vlifonse@ufersa.edu.br

Resumo:

O pólen é uma importante fonte de proteína para as abelhas e é utilizado, principalmente, na alimentação larval. A oferta desse recurso pode variar sazonalmente, influenciando tanto o forrageamento quanto a produção de cria pelas abelhas. Essa variação sazonal é marcante no semi-árido da Caatinga, onde a abelha Melipona subnitida é encontrada. O objetivo desse estudo foi verificar se há variação na porcentagem de proteína encontrada no alimento larval dessa espécie de abelha. As colônias estavam instaladas no meliponário da UFERSA, em Mossoró (RN). Coletamos mensalmente o alimento larval de sete colônias de Novembro/2011 a Março/2012. Retiramos o alimento de cinco células do favo por colônia. Essas células sempre continham ovos. Utilizamos a técnica de micro Kjeldahl para determinar a quantidade total de proteína do alimento coletado. Cada amostra consistiu do alimento contido em duas células e, dessa maneira, foram analisadas duas amostras por colônia por mês. A porcentagem de proteína (mediana ± erro padrão) encontrada em Novembro/2011, Dezembro/2011, Janeiro/2012, Fevereiro/2012 e Março/2012, foram, respectivamente, 10,2%±0,6%, 10,3±0,6, 9,8%±0,8%, 8,0%±0,1%, 8,3%±0,4%. Não houve diferença estatisticamente significativa na porcentagem de proteína encontrada no alimento larval das colônias entre meses amostrados (Friedman ANOVA: 7,314; N=7, df=4, p=0,12). No entanto, os coeficientes de variação foram maiores nos meses de Novembro/2011 a Janeiro/2012 (Novembro/2011: 17,0; Dezembro/2011: 16,3; Janeiro/2012: 22,7; Fevereiro/2012: 2,5; Março/2012: 12,8). Durante os meses de seca as colônias de M. subnitida produzem uma menor quantidade de células de cria. Dessa maneira, ao invés de reduzir a qualidade do alimento das larvas no período de escassez de recursos, essas abelhas se adaptam ajustando a quantidade de cria produzida. Além disso, no período da seca, a variação da porcentagem de proteínas do alimento larval nas diferentes colônias foi maior, indicando que essas colônias podem diferir em relação às suas condições internas, como, estoque de alimento, forrageamento e quantidade de cria produzida.

Apoio: CAPES

Retorna à página anterior