Alimentação Artificial

Avaliação do Cultivo de Plantas Apícolas como Alternativa Alimentar para Colônias de Apis Mellifera (hymenoptera: apidae) no Período de Maturação da Uva.

SCHAFASCHEK, TP1; ARIOLI, CJ1; BOTTON, M2; DAMBRÓZ, R.N1; BOLZANI, R1; STEFANIAK, LC1; PICOLLI, C3
1 - Epagri - Estação Experimental de Videira, e-mail: tanias@epagri.sc.gov.br
2 - Embrapa - Embrapa Uva e Vinho, e-mail: marcos@embrapa.cnpuv.br
3 - Epagri - Estação Experimental de Campos Novos, e-mail: cld.piccoli@gmail.com

A região sul do Brasil possui 71,15% da área cultivada com a cultura da videira e é responsável por 41,7% da produção de mel (IBGE, 2010). É comum a reclamação dos viticultores da presença massiva de abelhas nos cachos no período de colheita das uvas, gerando dificuldades para os trabalhadores e perdas na produção. A escassez de alimento (flores) nesse período, aliada ao rompimento natural das bagas devido ao ataque de pragas e doenças atraem as abelhas aos parreirais. Uma alternativa para reduzir os prejuízos causados pelas abelhas é a ampliação das fontes alimentares neste período (janeiro a abril) pelo plantio de espécies de interesse apícola. Neste trabalho o objetivo foi avaliar o efeito do plantio de duas espécies apícolas sobre a incidência de abelhas em parreirais no período de maturação da uva, no município de Videira/SC. Foram utilizados dois parreirais de 0,8 hectares da variedade Concord. Nas proximidades (50 m) de um destes (Tratado) foi realizada a semeadura de girassol (Helianthus annuus) (4/11/2010) e trigo mourisco (Fagopyrum tataricum) (01/12/2010) em parcelas de 0,7 hectares cada. Em uma área externa distante aproximadamente 10 km (Testemunha) manteve-se um segundo parreiral com as mesmas características onde não foi realizada a semeadura das espécies em teste. Instalou-se, em cada parreiral (distante 50m) um apiário com 15 colmeias Langstroth de A. mellifera africanizadas. Avaliou-se o número de abelhas/m²/min visitando os cachos de uva em maturação, em 17 pontos distintos (entre 9:00 e 10:00 horas) e a frequência de visita às flores de girassol e trigo entre 9:00 e 10:00 horas e 15:00 e 16:00 horas. Foi registrado um menor número de abelhas/m²/min (1,29±0,43) em parreiral Tratado comparado à área Testemunha (6,94±1,32). A frequência de visitas foi significativamente maior nas duas espécies apícolas avaliadas no período da manhã. No período da tarde, apenas no girassol foi observado visitas de A. mellifera. O plantio de trigo mourisco e girassol diminuem a incidência de abelhas nos cachos no período de maturação da uva, indicando que o plantio destas espécies é uma alternativa alimentar que deve ser analisada pelos produtores para reduzir a presença destas nos vinhedos.

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